Sem nenhuma razão aparente, a justiça italiana reabriu o processo sobre a morte de Ayrton Senna. Na época, ficou provado que o acidente foi causado pela quebra da barra de direção do carro, que ficou totalmente descontrolado. A partir dessa evidência, os promotores italianos indiciaram por homícidio culposo (sem intenção) os diretores da Williams. Uma besteira sem tamanho já que Senna assumia os riscos de pilotar um carro que atinge 360 km/h e sabia das mudanças no carro. Com seu arrojo, aliás, em muitas ocasiões via esse risco várias vezes multiplicado.
Depois de sete anos de investigação a escuderia foi inocentada do acidente, recebeu de volta o carro em que Senna morreu e destruiu a mórbida relíquia. Agora, quase dois anos depois, o processo é reaberto. Na minha opinião apenas para criar um factóide e agradar as pessoas que vêem conspirações por trás de qualquer acontecimento trágico. Para os admiradores de Senna, é uma forma no mínimo estranha de manter o ídolo em evidência, acusando um profissional sério e competente como Frank Williams de ter contribuído com a morte de um piloto pelo qual tinha uma estima que ia além do trabalho.
Senna foi um dos maiores pilotos do mundo e um dos mais vitoriosos esportistas brasileiros. Merece um lugar na história e um capítulo à parte no automobilismo mundial. Sua morte foi uma fatalidade ocorrida por uma série de fatores que dificilmente irão se repetir. Em sua carreira, teve outros acidentes mais graves que não resultaram em lesões físicas. Como dizem os mais religiosos, como o próprio Senna, morreu porque era a hora dele.
Outra bobagem é compará-lo com Schumacher e se enervar a cada novo recorde do alemão. Os dois fazem parte de um seleto grupo de pilotos geniais, que incluem desde vencedores eficientes e em certos momentos até burocráticos como Prost, perdedores arrojados e folclóricos como Villeneuve, malandros como Piquet, bon-vivants como Fangio e tantos outros, cada um com seu talento pessoal incomparável. Por isso, as viúvas de Senna não podem esperar que Rubinho, Massa ou Pizonia se transformem num novo Senna. Ayrton não foi um novo Piquet e este não foi um novo Fittipaldi.
Merecido
A conquista da última vaga paranaense na Copa do Brasil pelo Coritiba foi merecida. Não tanto pelo que mostrou no jogo, enfadonho e de baixo nível técnico, num gramado horrível e sob sol escaldante, mas pelo que apresentou até aqui. O Coxa foi o único integrante do trio de ferro a manter a base do ano passado e se mostra superior a Atlético e Paraná.
Boas surpresas
Depois de muito tempo os clubes do interior voltam a fazer frente aos grandes da capital. O bom desempenho do Francisco Beltrão e do Paranavaí, que só perdem em pontos para o Coritiba, traz um alento para o desmotivado paranaense. Enquanto isso equipes tidas como grandes como Atlético, Paraná, Londrina e Malutrom tropeçam em seus próprios erros.
Violência e destempero
Nas últimas duas rodadas o Atlético teve quatro jogadores expulsos. Não é de hoje que isto vem acontecendo e a equipe foi uma das mais violentas do último Brasileirão. Parece que os ensinementos de Nem, mestre na arte de levar cartões, foram bem absorvidos pelos demais jogadores.
Nota 0
Para o Paraná Clube que escapou por pouco do rebaixamento no Nacional e agora já corre risco no estadual. Depois reclama que a torcida não apóia..