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O campeão dos tapetões

06 dez 2005 às 11:00
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O Corinthians conquistou, com méritos, o título mais importante do auto-denominado país do futebol. Mas como deixou escapar contra o Goiás a chance de abrir mais do que três pontos de vantagem sobre o Internacional, não se livra do fato de só ter conseguido a faixa após a repetição dos 11 jogos anulados pelo escândalo do apito. Decisão controversa tomada pelo presidente do STJD, que pelo visto está com as horas contadas no cargo, já que acumula dois cargos incompatíveis no Poder Judiciário (consegui escrever esta frase sem precisar citar os nomes dessas duas figuras que felizmente devem ser afastadas do futebol).

Como nos jogos contra Santos e São Paulo não há nenhum lance capital que prove a manipulação dos resultados pelo árbitro corrupto, a anulação desta partidas é contestável. Fato suficiente para deixar a conquista sub-judice. Só que o Inter não teve coragem de levar em frente possíveis ações na justiça comum, com medo de perder a vaga na Libertadores. No fim, a cartolagem toda se entende e os torcedores é que ficam com cara de palhaço, pinta de palhaço... O título deste ano figura numa triste galeria ao lado dos conquistados por Botafogo, em 95, e Vasco, em 2000.

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Apesar dessa mancha eternizada na taça corintiana, não é possível discordar que ela foi merecida pelo desempenho esportivo do time, ao menos durante a parte final do primeiro turno e o início do segundo. Méritos para o impressionante Tévez, que não é o craque que se pinta mas é um ótimo jogador que joga com a tradicional garra argentina. Digo que não e craque porque, por exemplo, não vejo o melhor jogador do Brasileiro em um nível superior ao quinteto do ataque da Seleção Brasileira e nem de outros jogadores argentinos. Mas este campeonato, sem dúvida alguma, foi dele.

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Festa armada na pátria amada


Os gringos aliás fizeram bonito nesta edição do campeonato. Gamarra e Lugano são hoje os melhores zagueiros que atuam no Brasil (com léguas de vantagem para os outros) e Petkovic só não foi o craque do torneiro porque não conseguiu levar seu time ao título. Mas é muito mais técnico e refinado que Tévez - e também não tem medo de divididas.

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No time campeão, merecem destaques também a boa recuperação de Fábio Costa no final, embora Rogério Ceni e Harley tenham se destacado muito mais ao longo do campeonato. Mas o goleiro quase jogou o título fora ao cometer o pênalti -- não marcado -- sobre Tinga, no jogo contra o Inter.


Além dele, Roger, em um primeiro momento, e Carlos Alberto, um pouco mais tarde, voltaram a jogar tudo o que já haviam mostrado no Fluminense; Marcelo Matos e Rosinei foram gratas surpresas; Nilmar formou uma ótima dupla com Tévez; e Gustavo Nery foi um ótimo apoiador, pena que ainda seja muito esquentadinho dentro de campo. Merece destaque também o técnico Márcio Bitencourt, que foi quem colocou o Timão nos eixos e rumo ao título. As decepções foram Sebá, que não passa de um becão de fazenda que só bate da medalhinha para baixo, e Mascherano, que jogou pouco e com violência excessiva.

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O rei


Se os bobos da corte são os torcedores cansados de tantas lambanças, o rei é um baixinho marrento chamado Romário. Como quem não quer nada, o dono da grande área marcou duas vezes contra o Paraná e se tornou artilheiro isolado do campeonato. Em 2006, já quarentão, o baixinho continuará marcando seus golzinhos e desafiando os seus críticos.

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Triste fim


Apesar do belo espetáculo da torcida e da vitória sobre o Inter, o Coxa não conseguiu escapar da Série B em 2006. Lá encontrará um campeonato tão ou mais difícil que o da 1ª Divisão para tentar voltar a elite do futebol brasileiro. Tem como exemplo a ser seguido Palmeiras, Botafogo e Grêmio, que lá estiveram e voltaram rapidamente, mais fortes e com uma ligação muito mais forte com seus torcedores. Mas para isso é preciso um planejamento mais eficiente para o futebol do clube no ano que vem.

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Despedida melancólica


Paraná e Atlético disputaram a última rodada já pensando nas férias. Só isso pode justificar a apatia das duas equipes contra Vasco e São Paulo. No tricolor, o único momento de bravura (ou braveza) foi de Flávio, inconformado com a decisão do juiz de voltar a cobrança do pênalti que ele defendeu de Romário, talvez se esquecendo que o baixinho marcou o gol no rebote.

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Já o Furacão não mostrou a mesma motivação do jogo anterior contra seu algoz na Libertadores e foi derrotado com facilidade pelo Tricolor, que teve no jogo um treino de luxo para o Mundial Interclubes.


Mas apesar dos tropeços, Paraná e Atlético encerram a temporada em alta, após uma bela campanha que os colocou na Copa Sul-Americana do ano que vem.

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Nota 10


Para a torcida do Coritiba pela demonstração de amor pelo clube no jogo que selou o rebaixamento. Para Romário, o artilheiro incansável.


Nota 0

Para o campeonato mais conturbado fora de campo nos últimos anos. Para a triste rotina de morte de torcedores.


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