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Buscar o conhecimento como ato de prazer.

13 abr 2010 às 15:54
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BUSCAR O CONHECIMENTO COMO ATO DE PRAZER.

Estávamos Teté e eu em nosso supermercado preferido. O rapaz que nos atendeu no caixa sempre me cumprimenta respeitosamente, chamando-me de "professor". Conhece-me da televisão. Nesse dia, ele me disse que, durante este ano, tem estudado bastante para prestar exame vestibular para o curso de Direito e que ingressará em um cursinho pré-vestibular para se aprofundar nos estudos de Filosofia e de Sociologia principalmente e, assim, poder preparar-se melhor para enfrentar a prova.
No rápido diálogo que tivemos, eu quis, já que sou Educador, dar-lhe alguns conselhos quanto aos estudos, dizendo-lhe que simplesmente assistir às aulas não leva ninguém ao conhecimento, que o ideal seria a leitura sistemática dos livros, pois é isso que realmente faz apreender (com dois ‘es’) alguma coisa. Ele, demonstrando uma maturidade incomum, disse-me que é exatamente isso que faz e que as aulas seriam apenas um apoio aos seus estudos. Disse ele ter alguns amigos que ‘perdem tempo’ indo à aula sem a menor intenção de acumular conhecimento; vão porque se matricularam; matricularam-se sem saber por quê.

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ADMIRAÇÃO E DESPRAZER.

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Terra sem cultivo não produz; tampouco a mente.

Saí do supermercado com um misto de admiração e de desprazer: admiração pelo rapaz que, mesmo enfrentando dificuldades, esforça-se por ter um futuro melhor – e o terá certamente; desprazer pelo sem-número de jovens e de adultos que não sabem o quão importante é a busca de conhecimento. São pessoas que passam a viver – viver não, sobreviver dia a dia, um dia após o outro, esperando o fim de semana desde a manhã de segunda-feira, realizando suas tarefas mecanicamente e agindo como se a comunidade fosse seu patrimônio e de mais ninguém, tornando-se um ser egocêntrico.
Esses indivíduos têm a televisão como objeto de veneração e os livros como um peso morto. Passam a noite toda defronte um aparelho de televisão, assistindo a todos os programas indiscriminadamente, sem ao menos se preocupar com a qualidade destes. Quem assim age se emburrece a cada dia um pouquinho mais. Com essa ação sendo praticada todos os dias, o cidadão acostuma-se de tal maneira com a situação que passa a ter isso como o normal em sua vida. O normal é ficar entorpecido em seu sofá predileto, pensando o mínimo possível e sendo bombardeado pelas propagandas barulhentas: "É só amanhã!", pelos ensinamentos que as novelas insistem em nos dar: traição, relacionamentos superficiais, mau-caratismo e pelas más notícias dos jornais televisivos: corrupção, guerras, mortes, violência...

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VELHO CHATO E RANZINZA.



Não quero ser o velho chato e ranzinza que de tudo reclama. Não quero aqui dizer que a televisão é o grande mal da humanidade, pois não o é. Se for bem usada traz muitos benefícios, tanto ela quanto a internet. O problema é o exagero. A televisão deveria ser encarada como lazer, entretenimento, sem a escravidão a ela a que muitos se submetem. O ideal é escolher os programas que agradem e a eles assistir efetivando a leitura crítica, que consiste em discernir o que é aproveitável do que é descartável.
Em outros momentos (em muitos momentos), os livros poderiam ser nossos companheiros. Com a leitura de um romance bem escrito, estruturamos as histórias em nossa mente, criamos as personagens e vemos as cenas, ou seja, formamos por meio de nosso próprio raciocínio a ‘novela’; mas uma novela em que há ensinamentos realmente edificantes, uma novela que se tornará inesquecível, pois foi construída pela nossa própria mente. Passamos a ser elementos agente, não meros espectadores passivos. Para isso, porém, é preciso ler bons livros.

ORGANIZAR INFORMAÇÕES LOGICAMENTE.

Mas, aqui você me pergunta: qual a ligação disso tudo com o rapaz do supermercado? Aparentemente nenhuma, mas há ligação total, pois quem tem a leitura de livros como hábito, aprende a organizar informações logicamente por meio da inteligência; aprende, portanto, a, indiretamente, estudar e passa a ter mais facilidade para apreender teorias mais complexas e para entender textos mais bem trabalhados.
A leitura para um leitor assíduo não é trabalhosa, não é um fardo, mas sim a busca do conhecimento como algo prazeroso. E isso se transforma num círculo virtuoso, pois a consequência dessa leitura é uma realimentação cultural benéfica, tornando o processo melhor, mais eficiente e mais satisfatório.


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