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Da cegueira que assola a humanidade.

15 jun 2010 às 19:35
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DA CEGUEIRA QUE ASSOLA A HUMANIDADE.


O pior cego é o que vê, mas não enxerga; é o que tem a graça da luz e percebe todas as formas e cores, mas recusa-se a decifrar os códigos metafóricos e filosóficos que se lhe apresentam. Não percebe o mundo como é de fato. Vê, mas é como se apenas observasse. Existe, como os cãezinhos aqui de casa, à espera de mais um dia depois de outro dia. E o pior é que essa cegueira assola grande parte dos chamados seres humanos.

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Não sei se de fato o caos se instalou no mundo ou se é próprio de minha idade ser um tanto quanto pessimista. Será que todos os quinquagenários enxergam o mundo como se estivessem de ressaca constantemente? Ou sou somente eu quem carrega esse mal-estar tal qual o de um soldado medieval empunhando sua espada defronte um batalhão de arqueiros inimigos prontos para soltar suas flechas em direção a seu peito?

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É um mal-estar sem desespero, mas com a certeza de que o futuro nos prepara notícias não muito alvissareiras.

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EDUCAR TRANSFORMOU-SE EM OBRIGAÇÃO.



A impressão que tenho é a de que tentar sobreviver está cada vez mais difícil. Parece-me que os dias ficaram mais curtos e a carga mais pesada. Não há mais sorrisos fáceis nos lábios dos educadores porque os educandos já não têm a mesma graça. Não há mais graça em educar, pois isso se transformou em obrigação. Antes era parte da vida; era natural. Agora estão todos de olhos voltados para todos; uns cuidando do que os outros realizam. Assim podem defender-se de suas fraquezas, mostrando que os demais são tão fracos ou mais. Podem esconder sua incompetência apontando seu dedo para as falhas alheias. E a educação virou mercadoria.

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Não quero ser desmancha-prazeres e dizer que a felicidade é uma ilusão, apesar de que, desde Sócrates, filósofo grego do séc. VI a.C., sabe-se que é algo inatingível. Não quero disseminar a descrença nos homens e na sociedade, apesar de ser difícil defendê-los. Eu sei que é necessário sonhar, pois homem algum resiste a uma vida sem sonhos nem esperanças. Viver é sonhar; não sonhar um sonho desesperançoso e triste, mas esperar que os dias vindouros sejam mais profícuos que os pretéritos.


POUCOS PODEM SONHAR.

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É preciso abrir-se para os sonhos, eu sei. Sinto, porém, que são poucos os que podem sonhar: como podem sonhar milhões de miseráveis que não têm a menor perspectiva de futuro, abandonados à própria sorte nas grandes cidades do mundo? O pior (ou seria o melhor?) é que acho que eles conseguem sonhar com algo melhor para sua vida...


Que sonho de felicidade é esse restrito à minoria da população? Poucos têm acesso a educação, saúde, diversão, enfim, poucos têm acesso à vida como a apresentada nos filmes infanto-juvenis ou nas novelas que entorpecem grande parte da população brasileira, em que até os pobres têm uma casa confortável e em que o café da manhã tem sucos e frutas frescas todos os dias.

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A Justiça é cega, dizem os entendidos no assunto. Realmente é cega, pois não enxerga o mal que os homens praticam – ou não quer enxergar; ou não lhe é conveniente enxergar...


SONHAR COM UM FUTURO BUCÓLICO.

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Cansei-me desse assunto. Não quero mais falar sobre isso. Vou fazer o que muitos fazem: entregar-me à cegueira e pensar exclusivamente em mim: "Eu quero uma casa no campo, onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e nada mais". Vou sonhar com um futuro bucólico, alegre. Vou buscar minha felicidade. Não vou mais tropeçar nas montanhas pedregosas, mesmo que chova torrencialmente.


Não vou mais olhar para os olhos de uma criança triste, para que ela não veja a tristeza lampejante de meus olhos. Vou sorrir o tempo todo, mesmo um riso forçado, mas não envergonhado, inclusive a meus inimigos inexistentes, pois eles podem existir, e eu não os identificar. Vou procurar arco-íris depois da chuva e fotografá-lo despreocupadamente. Não vou pensar em violência, em políticos corruptos, em concorrentes desleais. Vou esperar a lua nova para olhar estrelas; depois esperar a lua cheia para vê-la imensa e bela no horizonte.

Depois de tudo isso, vou pedir perdão a minhas filhas por ter abandonado meus princípios...


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