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Educação e internet

30 set 2009 às 17:11
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Era uma vez uma família feliz: papai e mamãe, sempre solícitos, superprotegiam seu pequeno filho de qualquer mal que pudesse afligi-lo. Este, apesar de já ter treze anos, era muito ingênuo. Isso, porém, não consistia num problema para eles, uma vez que conviviam só com os familiares e com poucos amigos. Papai e mamãe trabalhavam muito; não tinham muito tempo para lazer. À noite, assistiam aos programas de televisão ou a algum filme, liam os jornais do dia, conversavam um pouco sobre assuntos corriqueiros e dormiam cedo; nos finais de semana, nada muito diferente: televisão, filmes, pequenos passeios, almoço em algum restaurante, jantar no Mc Donald.

TRANQUILIDADE

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A ingenuidade do menino era considerada uma virtude pelos parentes mais próximos. Afinal, como vovó dizia, numa época em que meninos da mesma idade já estão na "pouca vergonha" de festinhas aos sábados até meia-noite, ficando com uma amiga beijando na boca, esse menino é um tesouro! Ele não ia às festas não por papai e mamãe não permitirem. Aliás, não se sabia se eles deixariam ou não; afinal, ele nunca havia pedido; preferia ficar em casa, em seu quarto, sozinho, assistindo à televisão ou navegando na internet, batendo papo no MSN, com amigos e com outros que ele havia conhecido na própria internet. Papai e mamãe não tinham preocupação: o menino era muito tranquilo; ficava quietinho no seu quarto; saía, de quando em quando, para tomar água ou para comer alguma coisa, passava pela sala, conversava alguns minutos com papai e mamãe e voltava para seu quarto.

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Mamãe, numa madrugada em que perdera o sono, ouviu a voz do menino. Estranhou, já que todos dormiam cedo. Bateu à porta do quarto, que, como de costume, estava trancada. Demorou um pouco para o menino atender ao chamado, e, quando o fez, apresentava uma expressão de susto, ansiedade talvez. Mamãe queria saber com quem ele conversava àquela hora, mas ele respondeu vagamente, sem convicção, quase chorando. Papai, a essa altura, já havia acordado; foi até o quarto para saber de que se tratava. O menino começou a chorar, gritando que nada fizera, que eles não tinham o direito de invadir o seu quarto e que não daria autorização para mexerem em seu computador. Essa foi a frase fatídica, pois até então ninguém havia pensado nisso. Papai, sob protesto do filho, sentou-se defronte à máquina e começou a pesquisar. O ingênuo menino jamais pensara que esse dia chegaria, por isso não se precaveu. Papai descobriu o que não queria: seu menino estava sendo aliciado por um grupo de pedófilos, que lhe depositavam pequenas quantias de dinheiro em uma conta aberta por eles para o menino, que usava um cartão, também enviado por eles, para efetivar os saques. Bastava-lhe realizar algumas ações determinadas pelos pedófilos em frente à web can. Em uma das últimas conversas, uma quantia maior de dinheiro fora prometida para que um encontro fosse realizado. Por isso o menino sempre tinha dinheiro! Papai e mamãe julgavam-no extremamente econômico, e não era nada disso!
A casa ruiu. Aquela família feliz era infeliz.
Essa história não é fictícia. Ocorreu com uma família estadunidense que conseguiu desbaratar uma quadrilha de mais de duzentos pedófilos. Eles agiam em todo o mundo, inclusive no Brasil. Muitos jovens foram vítimas desses crápulas.


PROCEDIMENTO IDEAL


É preciso evitar que isso ocorra com mais crianças. Não se pode encarar a internet como se encara a televisão, apesar de esta também ter seus perigos. Temos de nos acautelar controlando e fiscalizando as crianças, para protegê-las. Controle e fiscalização, não proibição! Simplesmente proibir aos filhos o acesso à internet é ineficiente, pois há muitos outros lugares em que eles podem fazer isso. O ideal seria conscientizá-los dos perigos existentes, estabelecer limites a eles e, depois, impor-lhos* com firmeza. As regras devem ser claras, e seu cumprimento exigido pelos pais, que devem dar o exemplo, não somente cobrá-lo dos filhos.
É preciso conscientizar-se de que a internet é uma rede mundial de computadores que trocam dados e mensagens. Não é brinquedo de criança, mas pode ser brinquedo de muitos adultos inescrupulosos que se aproveitam da ingenuidade infanto-juvenil. Quem ama, cuida, educa e protege. Essa é a nossa missão. Somente assim afetaremos positivamente o comportamento de nossos jovens e os protegeremos a contento.

NOTA GRAMATICAL
*impor-lhos: lhos é a junção dos pronomes lhes e os: impor algo a alguém; impor limites aos filhos; impor-lhes limites; impô-los aos filhos: impor-lhos.


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