Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade

ENQUANTO SE ESPERA VIVER, A VIDA PASSA.

03 fev 2010 às 10:19
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

ENQUANTO SE ESPERA VIVER, A VIDA PASSA.


Sêneca, um dos mais importantes intelectuais do império romano,
filosofava constantemente sobre a maneira mais adequada de viver. Dizia,
inclusive, que ele próprio não levava a vida que deveria levar e que o ideal seria
todos terem rigidez de princípios morais em todos os momentos, sem
estratagemas. Viver bem, de acordo com ele, é agir segundo os preceitos
estabelecidos pela sociedade e praticar os valores que norteiam as relações
sociais e a conduta humana.
Nós, cidadãos brasileiros do séc. XXI, temos esses princípios propagados
por Sêneca como verdadeiros ou para nós isso não passa de teoria filosófica ou
religiosa? Quais os ensinamentos que nos norteiam? Acredito que as respostas a
essas perguntas não sejam, infelizmente, tão animadoras quanto deveriam ser,
pois os ditames morais que imperam em nossa sociedade não representam
exemplos dignos de serem copiados, por isso a maioria da população, descrente
da existência de uma verdadeira moral, esquece-se da sua situação de sujeito
de seu próprio processo existencial e se deixa levar pelos cidadãos mais
sagazes, esperando que estes sejam os agentes das mudanças necessárias, e
não promove a transformação de sua própria vida. Passa a esperar que a vida
aconteça e não vive. A vida simplesmente passa.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade

A SOCIEDADE ESTÁ APÁTICA.

Leia mais:

Imagem de destaque

Vida bela!

Imagem de destaque

Educar é ensinar o quê?

Imagem de destaque

A família do futuro resgatando valores.

Imagem de destaque

Terra sem cultivo não produz; tampouco a mente.

A sociedade está apática. Há um estado de insensibilidade emocional em
nosso meio que faz tudo parecer aceitável: os assentamentos e as favelas
crescem a olhos vistos, dia a dia, criando miseráveis e marginais que ameaçam
o bom funcionamento das grandes cidades? Se o cidadão de bem passa por um
desses miseráveis e famintos, desvia o caminho ou ao menos o olhar, para não
tomar conhecimento dessa realidade. Aliás, toma-se conhecimento disso quando
se é vítima de um assalto ou de um ato de violência qualquer ou quando um
ente querido é a vítima. Nesse momento, pensa-se em direitos do cidadão (seu
próprio), criam-se ONGs, realizam-se passeatas, até terminar a dor ou a
indignação, quando tudo volta ao normal e o sofrimento se transforma em má
lembrança.
Vereadores desonestos são presos? Deputados, ministros e senadores
corruptos são afastados ou renunciam para não perderem os direitos políticos?
Só os que participam do meio político (quando honestos), os membros do
ministério público e a imprensa, além de alguns cidadãos indignados, são
afetados por esses acontecimentos; o grosso da população nem toma
conhecimento dos fatos, pois não leem jornais nem revistas e assistem aos
jornais televisivos como veem os filmes da sessão da noite: apaticamente; mero
passatempo. E, para piorar, há uma grande parcela da população que não tem
acesso a jornais, revistas, televisão. A esses resta o obscurantismo
total.

Publicidade

E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...

Porto Príncipe, no Haiti, foi destruída por terremotos? São Paulo e dezenas
de outras cidades brasileiras sofrem com as enchentes? "Ainda bem que não é
aqui", dizem alguns indivíduos insensíveis. Guerra entre judeus e palestinos? De
que país são os judeus? Que querem os palestinos? Poucos são os que
saberiam dar uma resposta ao menos aceitável.
E assim caminha a humanidade, sem o sentimento ‘humano’ de fato, sem
o sentimento que move as pessoas a agirem em prol de seus semelhantes: a
compaixão. Parece que as pessoas esperam por um milagre, por um messias,
que traga paz, liberdade, justiça, que estabeleça uma nova ordem social, na
qual não haja sofrimento a ser humano algum. Esperam, esperam, esperam e
votam nos espertalhões, nos finórios, na expectativa de que esses estabeleçam
o bem-viver e nada conseguem mudar.

A MAIORIA ACOMODA-SE COM RESIGNAÇÃO.

Se cada um de nós tivesse a capacidade de compreender como a
sociedade ideal deve funcionar, haveria mais pessoas agindo em prol dos
demais, não deixando que os outros resolvam as situações difíceis que se
apresentam. Haveria mais generosidade, menos malevolência. Muitos, porém,
acomodam-se com resignação à sua condição limitada de cidadão e desistem de
tentar mudanças para si e para a comunidade em que vivem. Esses não são
cidadãos de fato. Esses são meros espectadores da vida. Esses esperam que um
dia sua vida comece. Enquanto isso a vida passa...


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade