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Filhinho de papai; menino mimado

30 set 2009 às 17:04
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Flavio Briatore, ex-chefe da equipe Renault de Fórmula 1, disse que Nelsinho Piquet, ex-piloto da Renault, é "um filhinho de papai, um menino mimado, que sempre teve seu próprio time, sempre teve o pai lhe dando os melhores carros e, quando ele finalmente chegou a uma competição de verdade, perdeu a cabeça".
Não discutiremos a discórdia entre os Piquets e Briatore, mas trataremos sobre os filhinhos de papai em geral, sobre os jovens mimados por seus pais, que, sem saber, causam danos assustadores em seus filhos por os protegerem demasiadamente e por não os deixarem enfrentar as frustrações que os auxiliariam na formação do caráter. Em muitos casos, a superproteção causa mais danos que o abandono, pois muitos jovens com pais ausentes aprendem sozinhos a se defender dos infortúnios da vida, enquanto que os superprotegidos sempre esperam que alguém os defenda.
Concernentemente ao significado da locução apresentada, o dicionário Houaiss apresenta "filhinho de papai" como o indivíduo geralmente adulto que ainda é sustentado pelo pai rico e "filhinho de mamãe" como a pessoa que geralmente demonstra imaturidade e é excessivamente mimada ou superprotegida pela mãe.

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

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O psicólogo estadunidense Howard Gardner, precursor da teoria das Inteligências Múltiplas, ensina em seus livros que "ser inteligente é ter capacidade de resolver problemas". Esse é um ponto fundamental para o desenvolvimento psíquico: os que aprendem desde cedo a resolver seus problemas têm mais facilidade para se relacionar com os demais do que os que os têm todos resolvidos por seus pais.
É importante que as crianças aprendam que viver em sociedade é ter responsabilidades e deveres, e a família é o primeiro núcleo social da qual se participa. Se aprender nesse núcleo social a ser participativo de fato, sê-lo-á em todos os demais. Participar, segundo o dicionário Aulete, significa compartilhar, associar-se pelo sentimento ou pelo pensamento. Quem assim age, nunca será egoísta, nunca quererá ter seu "próprio time", e sim quererá associar-se aos demais. Desse modo, não terá como meta ser o melhor em algo (a não ser que participe de uma competição), mas sim estar entre os melhores para poder trocar experiências, ensinar e aprender.

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DIREITOS E DEVERES

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"Não pode haver direitos sem o correspondente cumprimento de deveres nem privilégios sem retribuição, assim como privilégios sem responsabilidade", ensinam os maçons. As crianças têm muitos privilégios na maioria dos lares; têm também de ter tarefas a cumprir assim que apresentem agilidade manual. Pode-se começar com a arrumação da cama, mesmo que não fique como mamãe gostaria; o mais importante é a ação realizada. Elas passam a se sentir importante, pois são tratadas como sujeito, não como objeto, como participantes do lar, não como hóspedes da casa, como membros ativo da família, não como dependentes total dela.
Para não se tornarem um futuro filhinho de papai ou da mamãe, é importante que elas tenham obrigações na vida doméstica, como organizar os brinquedos e o material escolar, guardar as roupas, limpas ou sujas, levar o prato e os talheres até a cozinha depois das refeições (as maiores já podem lavá-los), enfim, é-lhes importante ter afazeres em casa. É importante também que aprendam a resolver seus problemas de relacionamento com os amiguinhos. Nos casos de rusgas, pequenos desentendimentos, entre crianças e mesmo entre adolescentes, os pais devem permanecer neutros, porém vigilantes, e deixar que os jovens se entendam. Às vezes, a desavença é tão pequena que nem precisa ser resolvida; resolve-se por si só. Alguns pais e algumas mães, porém, tentam proteger seu filhinho ou sua filhinha e transformam uma rusga em uma rixa interminável, criando, assim, um indivíduo malevolente. A participação dos pais deve ocorrer quando houver violência ou quando os atos agressivos forem constantes, mas, mesmo assim, há de haver uma participação discreta, não no sentido de resolver o problema, mas sim no de ajudar a resolvê-lo.


MAIS CIDADÃOS COMPASSIVOS

Na maioria dos casos, os pais são os responsáveis pelo surgimento do jovem problemático. A solução está na maneira como se educam as crianças. Estas devem ser tratadas como elementos ativos da sociedade e como o sujeito e o fim do processo pedagógico. Devem aprender a conviver com os demais e a participar dos núcleos sociais. Assim haverá menos filhinhos de papai e mais cidadãos compassivos na sociedade.


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