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Ganhador de dinheiro

30 set 2009 às 17:01
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"Preza-se uma formação rápida a fim de que o ser se converta logo num ganhador de dinheiro, ao invés de uma formação esmerada, que possa tornar o ganhador de dinheiro um ser."

Quem escreveu essa frase foi Nietzsche, filósofo que nasceu em 1844 e morreu em 1900. Escreveu-a por volta de 1880. Ela não aparenta ter essa idade, não é mesmo?

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Os jovens têm de escolher, aos dezessete anos, sua profissão. Nessa idade a maioria não está em condições de assumir tamanha responsabilidade. Mas são obrigados a isso para prepararem-se, por somente quatro, cinco anos, para o que farão por mais de trinta anos. É pouco tempo! Com isso há tão somente a criação de pessoas preocupadas consigo próprias, pois são treinadas para obterem unicamente a sua formação, o que lhes poderá propiciar a independência financeira tão desejada. Cada um tenta alcançar o sucesso individual e se esquece de que existe uma comunidade ao seu redor que necessita de seres humanos, e não somente de profissionais bem-sucedidos.

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O ideal seria uma formação mais humanista, em que o cidadão seria preparado para a transformação da realidade social, ou seja, uma sociedade em que todos fossem preparados para pensar na coletividade. Isso conseguiríamos se os jovens tivessem o dever de participar de trabalhos comunitários a fim de conhecerem a realidade das camadas mais pobres da sociedade. Quem conhece o sofrimento alheio passa a ter o sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, denominado compaixão.


SER HUMANO DE FATO

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Lembra-me agora um trabalho que eu realizava em sala de aula com alunos do segundo ano do Ensino Médio: A sala era dividida em grupos, que escolhiam um assunto. Cada grupo elaborava um vídeo e uma monografia sobre o tema escolhido. Uma garota que participava do grupo que escolhera o tema "Favela" não conseguiu apresentar seu trabalho, pois chorava o tempo todo; ela não imaginava que pudesse haver a realidade que ela presenciara na favela em que realizaram o vídeo. A vida dela sempre fora agradável, sem problemas financeiros, sem atribulações. Ao conhecer a realidade dos favelados, entrou em conflito: como poderia continuar pensando em si, depois de saber que há pessoas que têm uma vida miserável? Ela não mais conseguia dormir sossegadamente. Dois anos depois, cursava Serviço Social. Aquele trabalho marcou sua vida; passou a pensar no ser humano, na comunidade, não somente na sua própria vida. Transformou-se num ser humano de fato.


O ideal seria uma sociedade em que os cidadãos bem-sucedidos usassem sua especialidade para contribuir com a comunidade sem esperar retorno financeiro em troca disso. Você pode perguntar-me agora: e você? O que faz concernentemente a isso? E eu lhe respondo: não faço muito, mas ofereço gratuitamente à comunidade, há dez anos, o site Gramática On-line sem nunca ter tido retorno financeiro; ao contrário: já paguei hospedagem do site por vários anos. Também ministro palestras em escolas públicas e em igrejas gratuitamente. Tento fazer minha parte; tento oferecer à sociedade pelo menos um pouco do que a sociedade me ofereceu durante todos esses anos.


OS ADULTOS SÃO O EXEMPLO

O ideal seria que nós, os adultos, déssemos o exemplos aos jovens e nos transformássemos em estudantes vitalícios, em curiosos contumazes, em leitores habituais. A leitura bem realizada sistematicamente ajuda na formação esmerada. Há, porém, três tipos de leitura: a despreocupada, a edificante e a reflexiva.
A leitura despreocupada é aquela que fazemos por simples deleite: é a leitura de contos, romances e novelas que apenas despertam a fantasia, que apenas nos permitem ver na mente os acontecimentos apresentados pelo autor do livro. São, por exemplo, os livros infanto-juvenis, que não têm a intenção de educar, mas sim a de distrair.
A leitura edificante é a de livros que trazem personagens e ocorrências que nos permitem semear novas ideias e, a partir delas, chegar a conclusões que nos ajudem no dia a dia. São, por exemplo, D. Casmurro, de Machado de Assis, Crime e Castigo, de Dostoievski, dentre outros.
A leitura reflexiva é a de filósofos e de religiosos, que nos levam a profunda meditação sobre a vida, sobre a felicidade, sobre nós mesmos.
Acredito que as leituras edificantes e reflexivas sejam as mais importantes para a formação de uma nova Educação.
Temos de nos preocupar menos com a formação rápida, com a formação de ganhadores de dinheiro e pensar mais em formar cidadãos que sejam seres humanos de fato.


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