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Não tenho cabeça para isso agora!

30 set 2009 às 17:21
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Frase muito comum quando se tem de pensar sobre algo que não seja o foco do momento. Quando o assunto é, porém, Educação, não há a prerrogativa de "não ter cabeça para isso". É preciso preparar-se para o desafio da Educação. O trabalho do Educador não é comercial. Aliás, não é trabalho, e sim missão. Há de se viver a Educação; de tê-la em todos os momentos da vida, e não apenas quando se está em sala de aula ou quando se está educando os filhos.
A questão não é o ato de preparar aulas interessantes ou de serem pais presentes; isso é um processo mecânico, que se aprende com a experiência e em livros e palestras edificantes. A questão é mais profunda: é obrigar-se a ter como prática espiritual o transformar-se num caçador de sabedoria, mediante a busca sistemática de cultura geral, lendo, estudando, assistindo a filmes interessantes, convivendo com pessoas de boa vontade, etc. É também os pais participarem mais ativamente do mundo escolar, até cobrando dos professores de seus filhos a conduta adequada de um Educador.

FILOSOFIA ZECA PAGODINHO

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Um dos problemas, porém, que atravanca o desenvolvimento da aprendizagem é a prática por alguns professores da filosofia Zeca Pagodinho: "E deixo a vida me levar / Vida leva eu". Alguns professores ministram a aula direitinho, expõem todo o conteúdo, fazem todos os exercícios, cumprem o cronograma à risca, e pronto. É o professor-bate-cartão. Nunca falta, nunca se atrasa, nunca reclama de nada; é perfeito. Em contrapartida, nada apresenta de novidade; nada transforma; nada muda na vida do estudante. É nada perfeito. Deixa a vida o levar; adia a solução de seus problemas como educador; torna-se trabalhador de sala de aula; apenas dá aulas. Os alunos acabam gostando disso, pois não precisam de muito esforço para acompanhar o raciocínio do prof ou da profa. Sua única mobilização — dos alunos — é a memorização do conteúdo para se submeterem à prova.
E assim caminha a aprendizagem: para trás.

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FILOSOFIA COTIDIANO

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Outra filosofia bastante aplicada no dia a dia é a filosofia Cotidiano, nome de uma belíssima composição musical de Chico Buarque de Holanda: "Todo dia ela faz tudo sempre igual / Me sacode às seis horas da manhã / Me sorri um sorriso pontual / e me beija com a boca de hortelã". É a mesmice, a pasmaceira. Todo dia tudo igual. A mesma teoria apresentada do mesmo jeito, em todas as salas, todos os anos. Os mesmos exemplos, os mesmos comentários, as mesmas piadinhas, até. Esse tipo de professor não é raro. Há muitos espécimes espalhados pelas escolas brasileiras. São os chamados pelo prof. Celso Antunes, brilhante educador brasileiro, de professauros.
Em certa ocasião, quando eu visitava uma escola conveniada ao Sistema Maxi de Ensino, a diretora me confidenciou um fato presenciado por ela em uma de suas salas de aula: o professor de Física, ao ensinar parábola aos alunos, desenhou no quadro-negro um aviãozinho soltando uma bomba. Exatamente como se fazia há trinta anos. O professor parou no tempo. Os alunos, porém, não!
Tantos e tantos exemplos podem ser dados para elucidar a teoria. Há um sem-número de fatos e de ilustrações à nossa disposição em jornais, em revistas, nos programas televisivos, na internet, etc. Basta ter boa vontade e buscar o conhecimento. Para isso, porém, é preciso encarar as dificuldades e repelir a falta de disposição, tão frequente no dia a dia. É preciso criar o hábito da modificação.


A VIRTUDE ESTÁ NO MEIO TERMO

Aristóteles, grande filósofo grego, que nasceu, porém, na Macedônia, dizia que a virtude está no meio termo — nem no exagero nem na carência de determinada ação ou de determinado valor ― e que podemos desenvolver as virtudes pelo hábito, pela prática delas. Nós, trabalhadores da Educação, temos de nos habituar à prática das ‘virtudes do Educador’: ser motivador, equilibrado, criativo, ativo, compromissado, ético, influenciador... Temos de analisar nossos pontos fracos e passar a praticar seus opostos: se não lê, passar a ler um pouco todos os dias; se apresenta sempre os mesmos exemplos, passar a pesquisar novos; se só trabalha o conteúdo do material didático, passar a trazer "coisas" do cotidiano para enriquecer as aulas. Transformar isso em hábito; obrigar-se a agir sistemática e costumeiramente. É difícil, mas é necessário. É preciso esforço, a princípio, mental, pois, como escreveu Dale Carnegie: "Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se nosso caráter, e o caráter torna-se nosso destino". Qual destino quer para si? Não responda. Aja


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