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Planejar para toda a vida

05 out 2009 às 21:37
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No séc. III a.C., um chinês chamado Kwantzu disse que se quiser planejar para
décadas, hão de se plantar árvores; se quiser, porém, planejar para toda a vida,
há de se educar o homem.
A sociedade atual tem-se preocupado bastante com o meio ambiente: a falta de
água, o aquecimento global, o desmatamento, as mudanças climáticas, a
poluição nas grandes cidades, enfim, tem-se preocupado com os problemas que
enfrentamos no dia a dia concernentes à natureza e à qualidade de vida. Essa
preocupação logicamente é válida, afinal, se a vida no planeta se deteriorar, a
nossa existência estará comprometida. O problema, porém, é como isso foi
encarado em todos os tempos, inclusive na atualidade.
Sempre existiu o temor de ‘acabar o mundo’. Sempre houve a intenção de salvar
o planeta: na década de setenta, a preocupação era com o clorofluorcarboneto, o
CFC: em consequência da reação do cloro com o ozônio e de outros fenômenos,
a camada de ozônio do planeta é destruída, o que provoca câncer de pele e
redução das colheitas, entre outros problemas. Hoje, a grande preocupação é o
aquecimento global, que pode, inclusive, provocar a desertificação de algumas
áreas e o derretimento das geleiras. São problemas encarados pelos países na
tentativa de encontrar as melhores soluções a fim de evitar o pior para o
planeta. São protocolos variados; são predisposições para conceder recursos pelo
meio ambiente.

RESULTADO QUASE NULO

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A questão a se examinar, porém, é a participação de cada um de nós nisso. Há
vontade política, há plantio de árvores, há campanhas para tentar conscientizar a
população a respeito dos problemas ambientais, realizadas por igrejas, escolas e
redes de televisão, mas o resultado é quase nulo. Participe de uma dessas
campanhas em que centenas de pessoas se reúnem para ‘conscientizar a
população’ e observe como deixam o local: cheio de lixo. Poucos levam consigo
o lixo produzido; a maioria simplesmente o joga ao chão. Aliás, isso acontece
em qualquer lugar em que haja aglomeração de pessoas: shows, locais de lazer,
salas de cinema, bares, etc, inclusive nos pátios de escolas públicas e
particulares, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, onde
supostamente a população é educada para a vida.
Mede-se a educação de um povo pelo destino que ele dá ao seu lixo: povo sem
educação ‘joga’ o lixo; povo educado guarda o lixo para lhe dar um destino
corretamente ecológico. Lembra-me agora uma cena quando eu estava indo a
São Paulo, ministrar uma palestra; na estrada Londrina-Sertanópolis, havia um
carro à minha frente com um casal de jovens adultos; a moça se deleitava com
um sorvete do McDonald`s; o rapaz dirigia. De repente, a moça descarta o
copinho do sorvete janela afora com a maior naturalidade. Copinho, colherzinha
e um restinho de sorvete vindo de encontro ao para-brisa de meu carro,
deixando-me uma lembrancinha da bela e encantadora mocinha; mas mal-
educada. E não eram pessoas sem educação formal: na lataria do carro, que não
era ‘popular’, havia um colante de uma universidade particular, ou seja, tinham
recursos para comprar um bom carro, para pagar uma universidade, para
abastecer o automóvel e para o lazer domingueiro. Foram educados para plantar
árvores; não para a preservação e a sustentabilidade ambiental.

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PRESERVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

O que temos passado para nossos descendentes é uma cultura de não
destruição, por isso ensinamos a plantar árvores e a economizar água (alguns
pensam apenas em gastar menos no fim do mês, sem intenção ambiental, sem
refletir sobre a destruição dos mananciais). Essa nossa cultura é egoísta, pois
pensamos tão somente em nossa qualidade de vida; pensamos nas décadas
que passamos aqui no Planeta, por isso plantamos árvores, para nosso conforto.
A cultura que deveríamos passar é a de preservação, de sustentabilidade. É uma
cultura altruísta; é pensar na vida do Planeta, não na nossa. Para isso,
precisamos educar nossas crianças para que tenham consciência do impacto que
elas mesmas causam ao meio ambiente deixando rastros de lixo por onde
andam, descartando a bateria de seu celular sem o devido cuidado, deixando as
luzes acesas em ambientes vazios e aparelhos eletrônicos ligados, tomando
banhos demoradíssimos com a água jorrando o tempo todo, entre outras ações
perniciosas ao Planeta.
É preciso planejar para a vida futura, para nossos descendentes. É preciso fazer
parte da solução, não do problema. É preciso educar-se para ajudar as demais
pessoas a se educarem também.


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