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PIB deve ultrapassar os 4% em 2004

01 set 2004 às 11:00
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O IBGE divulgou hoje (31/ago) os dados do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao 2º trimestre de 2004. A taxa de crescimento observada foi de 5,7% na comparação contra o mesmo trimestre de 2003, o maior resultado trimestral desde o 3º trimestre de 1996 (+6,3%).
O resultado ficou muito acima das nossas expectativas (4,3%) e da média das projeções do mercado (4,5%). O desvio em relação a nossa projeção ocorreu basicamente no setor de Serviços, que apresentou a maior taxa de crescimento (4,4%) desde o 1º trimestre de 2000 (4,5%), também na comparação contra o mesmo período do ano anterior.
No acumulado do primeiro semestre de 2004 o PIB registra 4,2% de crescimento sobre o mesmo período do ano passado, o melhor desempenho do PIB nessa base de comparação desde o ano 2000.
Como alertamos em nosso relatório mensal de Projeções Macroeconômicas, divulgado dia 04/ago, optamos por aguardar os resultados do PIB do segundo semestre para dar maior segurança às nossas projeções, porém, já havia viés de alta para o novo número. Neste sentido, nossa projeção para o crescimento do PIB subiu para 4,2% ante 3,2%. O detalhamento da alteração das nossas projeções será publicado junto com o relatório mensal de projeções macroeconômicas referente ao mês de setembro que será divulgado no próximo dia 03.
Em termos dessazonalizados, o PIB registrou crescimento de 1,5% em relação ao 1º trimestre deste ano. Nossa projeção apontava para 2,2% e a média do mercado estava em 1%. Esse é o quarto resultado consecutivo de taxas positivas e ratifica que o nível de atividade da economia brasileira vem em ritmo consistente e mais acelerado do que se acreditava.

A NOVA DINÂMICA DO PIB:
Até o primeiro semestre de 2004 a dinâmica do crescimento do PIB ficou apoiada sobre o setor externo (exportações), em grande parte, e também na recuperação do setor industrial, esse último impulsionado pela queda da taxa de juros no segundo semestre de 2003.
É fato que a redução dos juros foi determinante para que a economia brasileira entrasse nos trilho do crescimento econômico, mas, superado o período de recuperação econômica e já desfrutando do período de consolidação do crescimento econômico a manutenção do nível de atividade terá como fator determinante a recuperação do consumo doméstico que, por sua vez, será amparado pela melhora consistente da renda e do emprego, que já vem ocorrendo desde abril deste ano e são as variáveis consideradas os motores da economia.
Dessa forma, a dinâmica do crescimento do PIB passa a ter um novo perfil. Ao invés de se apoiar apenas nos setores exportadores e no setor industrial o crescimento passa a ser sustentado também pelo setor de Serviços, que é um setor ligado basicamente às atividades internas, como é o caso dos subsetores: Comércio, Transporte e Instituições financeiras.
Vale destacar ainda, que na medida em que a atividade econômica se expande para os demais setores da economia, e não mais se sustenta apenas naqueles voltados ao setor externo, a trajetória de recuperação do Consumo das Famílias se consolida ainda mais e, sendo o consumo das famílias responsável por 63,6% do PIB pela ótica da demanda, o crescimento do PIB acima de 4% para este ano fica garantido.
É fato que com a consolidação de um maior consumo doméstico o risco de elevação dos juros básicos anunciado pelo COPOM em julho e agosto se torna necessário para inibir aumentos de preços no varejo. Entretanto, caso haja uma elevação dos juros nos próximos meses o crescimento esperado para este ano não será afetado devido alguns fatores, a saber:
i) os juros devem subir de forma gradativa, pois não se trata de um período de choque como ocorreu em 2002;
ii) há defasagem média de, pelo menos, 3 meses entre a decisão de elevação ou queda dos juros e seu real efeito na economia. Como faltam apenas 3 meses e meio para acabar o ano, considerando que a próxima reunião do Copom será dia 21/09, o efeito negativo ficará para o ano e 2005, pois deverá afetar de forma negativa as expectativas futuras (investimentos).

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Créditos: Alexsandro Agostini Barbosa é economista da Global Invest


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