O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) divulgou hoje (12/julho) os resultados consolidados da balança comercial brasileira referentes à 2ª semana de julho. O saldo comercial foi positivo em US$ 773 milhões, fruto de exportações de US$ 2,073 bilhões e importações de US$ 1,300 bilhão.
No mês, o resultado é positivo em US$ 1,044 bilhão. Segundo o MDIC, a média diária das exportações em julho apresenta queda de 10,8% em relação à média de junho graças à queda nas vendas de produtos básicos e manufaturados. Ao mesmo tempo, a média das importações apresentou queda de 6,1%. As reduções mais significativas se deram nas aquisições de veículos automóveis e partes (-19%), e adubos e fertilizantes (-18,2%).
No valor acumulado no ano as exportações registram US$ 46,078 bilhões e as importações US$ 29,985 bilhões, gerando um superávit de US$ 16,093 bilhões. Quando comparado ao saldo do mesmo período do ano passado, que foi de US$ 11,125 bilhões, o resultado deste ano apresenta crescimento de 45%.
No resultado acumulado dos últimos 12 meses terminados em junho percebe-se que a taxa de crescimento das exportações vem apresentando relativa estabilidade nessa base de comparação desde junho de 2003, quando atingiu 26% de crescimento. Esse movimento revela a mudança de patamar que as exportações sofreram desde o ano passado, sendo beneficiadas tanto pelo aumento das cotações das commodities agrícolas e metálicas no mercado internacional, quanto, principalmente, pelo baixo nível do consumo doméstico.
Já os resultados das importações no acumulado nos últimos 12 meses revelam que há uma recuperação constante em virtude da necessidade de se importar insumos para atender o volume crescente de exportações de manufaturados, e da própria base de recuperação que está deprimida desde a desvalorização cambial em 1999.
EXPECTATIVAS PARA JULHO E PARA 2004:
No 3º trimestre, deve-se constatar crescimento das importações para atender a demanda da indústria para produzir para o final do ano. O crescimento das exportações nesse período não deve superar esse crescimento das compras externas, resultando em queda no saldo relativamente ao trimestre anterior. No final do ano, tanto exportações quanto importações se reduzem, diminuindo também o saldo no período. Apesar da queda em relação ao 2º trimestre, os superávits comerciais do 3º e 4º trimestres devem ficar acima do verificado no 1º trimestre. Ainda, vale lembrar que o 2º trimestre é, sazonalmente, o período do ano em que o saldo comercial é mais forte.
Para julho, nossa expectativa é que o saldo comercial fique em torno de US$ 3,0 bilhões. Para o ano esperamos superávit de pelo menos US$ 28,5 bilhões, fruto de US$ 85,6 bi de exportações e US$ 57,1 bi de importações.
Sílvia Domit
Global Invest