Os padrões estéticos que vemos hoje defendidos pela mídia, direta ou indiretamente, e que acabam sendo condicionados ao nosso dia a dia são cruéis com as pessoas que não se enquadram no que se poderia chamar de padrão de beleza. Quem é alto demais, quem é baixo demais; quem tem o nariz grande; quem tem os seios pequenos ou então muito volumosos. Essas nuances que antigamente não eram motivo de preocupação para a maioria das pessoas hoje são vistas como um problema, mesmo que estejam longe de provocar algum malefício à saúde. As pessoas querem se enquadrar para ser aceitas pelos outros.
Em alguns casos, porém, é preciso atenção. Um deles é o obeso. A obesidade, mais do que uma questão estética, traz problemas para a saúde física e mental. Estudos epidemiológicos obtidos na última década apontam a obesidade como importante condição que predispõe à maior morbidade e mortalidade. O aumento do peso corporal vem sendo notado em praticamente todos os países desenvolvidos e em desenvolvimento. No Brasil se registrou um aumento na prevalência de obesidade entre 1975 e 1997 que predominou na região Nordeste e nas faixas da população de menor poder aquisitivo. Hoje a obesidade é considerada uma doença crônica que provoca ou acelera o desenvolvimento de várias outras doenças como as cardiovasculares e hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, hipertrofia ventricular esquerda, conhecidos fatores de risco coronariano. Além de todos os problemas já conhecidos há um outro que pouco se discute, mas que tem uma influência fundamental na vida destas pessoas: o sexo. De uma forma geral quem está muito acima do peso ideal tem dificuldades de se relacionar sexualmente com outra pessoa. A obesidade acentuada provoca a imobilização do ser. As pessoas passam a ter vergonha de se tocar, tem medo de olhar o próprio corpo no espelho. E o caminho para o relacionamento sexual saudável passa pela sedução. Se o homem ou a mulher estão insatisfeitos com o próprio corpo, não se sentem bonitos e atraentes, se a auto-estima está em baixa, evitam o contato com outras pessoas, reduzindo as chances de uma vida sexual positiva. E é nesse momento que o grande obeso, sentindo-se inadequado, troca o prazer sexual pelo prazer da comida, agravando ainda mais o problema. Portanto, mais do que uma questão estética, é preciso que o obeso esteja consciente que a perda de peso é necessária para a vida saudável.