As empreendedoras brasileiras possuem um nível acadêmico maior do que os seus pares do gênero masculino. Entretanto, em contrapartida, elas têm menos tempo do que eles para se dedicar aos negócios por causa dos trabalhos domésticos e em decorrência da necessidade de cuidar dos filhos. Essas informações são fruto de um levantamento publicado pelo Irme (Instituto Rede Mulher Empreendedora) com apoio da ONU Mulheres.
De acordo com a pesquisa, 69% das mulheres possuem graduação ou pós-graduação. No caso dos homens, esse número cai para 44%. São vários os cursos de nível superior focados em negócio, como o curso de administração, que auxilia no gerenciamento de uma empresa, mas elas estão presentes em maior ou menor grau também em outras graduações e em diferentes áreas de atuação.
O levantamento também mostra uma realidade muitas vezes ignorada pela sociedade: 52% das empreendedoras brasileiras têm filhos, mas se dedicam 24% a mais a eles do que os homens. As mulheres que empreendem no Brasil, em sua maioria, são casadas (59%), mas tocam sozinhas o próprio negócio (60%) e tomam as decisões sozinhas (73%). É uma atividade, muitas vezes, solitária.
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"Percebemos que, a partir dos 30 anos, o mercado corporativo tem cada vez menos espaço para as mulheres, especialmente quando elas têm filhos pequenos", disse Ana Fontes, do Instituto Rede Mulher Empreendedora, para o portal UOL. O território financeiro é um desafio e tem a ver com a autoconfiança das mulheres, já que esse assunto foi por muito tempo ligado aos homens.
Entre as mulheres, 34% não se sentem capazes de fazer um bom planejamento financeiro, contra 50% dos homens. Nesse âmbito, a maior dificuldade é conciliar o dinheiro do caixa da empresa com o dinheiro utilizado para a vida pessoal e separar os valores de forma organizada. O faturamento de 50% dos negócios gerenciados por mulheres tem um faturamento mensal de R$ 2.500 e em 40% dos casos é o principal sustento da família.
O estudo foi feito com mais de 2.500 empreendedores de todo o país. Foram realizadas, no total, 60 perguntas, que avaliaram índices de autoconfiança e gestão financeira entre homens e mulheres.