Dados da Organização Mundial de Saúde aponta que aproximadamente um quarto das gestantes do mundo apresentam anemia, mesmo em países desenvolvidos. Mais frequente no terceiro trimestre da gestação, a principal causa é a deficiência de ferro, naturalmente presente em carnes vermelhas e vegetais de folhas escuras.
"Nos primeiros três meses, as necessidades do nutriente são iguais às de antes da gravidez e, a partir do quarto mês, há um aumento progressivo. No início, a mulher necessita de 0,8mg de ferro elementar por dia - no final, chega a 7,5mg diários. Isto é, quase dez vezes mais, principalmente, devido ao crescimento e desenvolvimento do feto e da placenta. As chances de desenvolver a doença aumentam se houver baixa reserva de ferro e/ou não for feita a suplementação a partir do segundo trimestre", explica o obstetra CorintioMariani Neto, Secretário Geral da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
A anemia ferropriva é a mais comum, porém outros fatores podem desencadear uma anemia: deficiência de ácido fólico, de vitamina B12, defeitos dos glóbulos vermelhos (anemia falciforme e talassemias) e agressões aos eritrócitos (parasitoses tipo malária, microangiopatias, doenças autoimunes, infecções e uso de medicamentos tóxicos) são alguns deles.
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Como identificar?
Alguns sinais podem ser confundidos com manifestações da própria gestação. Todavia, tontura, cansaço excessivo, queda de cabelo, dores de cabeça e nas pernas, falta de apetite e dificuldade de concentração podem ser indícios da doença, além de palidez cutânea e mucosas descoradas.
Para chegar ao diagnóstico correto, diferentes parâmetros são utilizados avaliando as condições hematimétricas, como a dosagem da hemoglobina sanguínea. "Para a mulher não grávida, o limite inferior da normalidade é de 12,0 gramas por 100 ml (12g%), enquanto na gestação, este limite cai para 10,5g%. Ou seja, só consideramos anêmica, a gestante que apresentar menos que 10,5 gramas de hemoglobina para cada 100 mililitros de sangue", informa Mariani.
Tratamento
O ideal é evitar o desenvolvimento da anemia gestacional. Para tanto, a dieta deve conter a quantidade adequada de ferro e, a partir do quarto mês, ministrar suplementação diária, preferencialmente associada ao ácido fólico, por participar da formação das hemácias. Estes produtos podem ser associados a outros micronutrientes, constituindo os chamados polivitamínicos. Quanto ao ácido fólico, sempre é bom lembrar que a sua ingestão deve ser iniciada ao menos um mês antes da gravidez, mas com outra finalidade: prevenir os defeitos abertos do tubo neural.
"A prevenção da anemia é feita com a dose diária de 30mg de ferro elementar, suficiente para cobrir o equivalente à Ingestão Diária Recomendada (IDR), preconizada pela ANVISA e pelo IOM (Institute of Medicine) dos EUA, que é de 27mg. Em casos de anemia já estabelecida, a dose será aumentada de maneira proporcional ao grau da enfermidade. Para as outras causas menos comuns, o tratamento varia de acordo com o fator determinante", destaca o obstetra.
Após o parto, recomenda-se manter a mesma rotina terapêutica adotada durante a gravidez, diminuindo a dose progressivamente, de acordo com os resultados obtidos nos hemogramas de controle nesse período. "Mesmo para mães anêmicas, o aleitamento materno deve ser exclusivo até o sexto mês, uma vez que possui todos os nutrientes necessários ao adequado desenvolvimento do recém-nascido, além de anticorpos, substâncias anti-inflamatórias e imunomoduladores", conclui o médico.