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Por um fio

Brigas e crises nem sempre significam o fim da relação; entenda porquê

Redação Bonde
24 set 2015 às 11:49
- Reprodução
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Não importa se o casal está junto há 5, 10, 20 anos ou até mais. O fato é que a qualquer tempo o fim de uma relação é sempre uma experiência dolorosa. Por isso, às vezes nos fazemos de cegos, fingindo que o amor é o mesmo, que ainda há vontade de ficar próximo, de saber como foi o dia... Os sinais de que o relacionamento acabou estão presentes no dia a dia, mas não é fácil identificá-los, pois brigas e crises nem sempre são sinais do fim. Cabe a cada um a tarefa de saber como identificá-los.

Pessoas maduras têm, naturalmente, independentemente do tempo de relacionamento, maior dificuldade de colocar fim a um relacionamento. O instrutor e membro da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL) Alexandre Bortoletto diz que existe um desgaste natural do tempo e dos interesses em grandes relacionamentos. O que mantém o casal não é o tempo, mas a cumplicidade e os objetivos de estarem juntos. "O oposto do amor não é o ódio, mas o desinteresse. Se não há mais interesse de alguma das partes de estar perto e com o parceiro, esse é um sinal de que amor está se esfarelando. Culpa, dogmas religiosos ('não pode divorciar', conceitos que vêm dos pais), o medo de ficar sozinho, de achar que perde mais do que ganha e o medo da solidão são os fatores mais comuns que impedem pessoas de por um ponto final na relação. Apenas o interesse, a preocupação, o ‘fazer algum sentido’ são as chaves que seguram qualquer relacionamento", enfatiza Bortoletto.

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É importante, portanto, saber diferenciar o fim iminente de uma simples crise passageira. "Na Neurolinguística, acreditamos que uma crise é um ótimo momento pra mudar alguma coisa. Veladamente, assumimos um contrato quando casamos. Além do de papel, há o contrato moral, emocional. Este, no entanto, muda toda vez que aparecem as crises. Todo revés e toda crise são oportunidades de rever o contrato. Alguma coisa na relação não está fazendo bem para ambas as partes. Quando o problema é resolvido, o casal volta melhor até do que estava antes. As crises são importantes, pois forçam a mudar o que está estabilizado para melhor. O indicador do fim não é a briga, mas a falta de interesse, de desejos em todos os níveis", avalia Alexandre.

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É importante saber diferenciar o fim iminente de uma simples crise passageira


Tempo não significa fracasso

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Para os especialistas em relacionamento humano, não é exatamente o tempo que azeda a relação de gente tão apaixonada. Por isso, não tenha medo dos aniversários de casamento: dois, cinco ou sete anos são apenas números cabalísticos. ‘Não existe uma data marcada para um relacionamento começar a desmoronar’, sentencia o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em crises de relacionamento. ‘Em geral, existe alguma novidade que causa estranhamento entre os parceiros, mas há recursos para enfrentar isso’, orienta.


O planejamento dos filhos, segundo Almeida, é um dos motivos que podem levar à desunião. ‘Não é que um filho separe ou junte o casal, mas muda a rotina dele. E o problema é que algumas mulheres estão mais preparadas para ser mães; outras, para ser companheiras’, analisa.

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Fases


Doutor em psicologia pela USP e autor de três livros sobre conflitos amorosos, Ailton Amélio da Silva diz que a relação tem fases previsíveis, daí o mito das datas perigosas. ‘O que as pessoas chamam de crise dos sete anos, por exemplo, pode ser só um momento que coincide com a vinda dos filhos. A culpa não é da passagem dos anos, é dos acontecimentos’, diz. Para outros, em dois anos, quando vence a validade da paixão, ainda não há maturidade para viver o amor, que seria um estágio mais calmo da relação, segundo Silva. ‘Aí o sexo enfraquece, vem a traição, um outro motivo de crise’.

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Na avaliação da advogada Renata Guimarães, do ramo do direito de família, as traições não são mais as principais responsáveis pelos conflitos conjugais. ‘Com o tempo, o casal muda profissionalmente e os filhos crescem. E aí os parceiros se distanciam, optam pela separação. Nos últimos anos, em vez de armar um 'barraco' por causa de uma traição, como acontecia nos anos 90, eles passaram a fazer acordos mais amigáveis para expressar esse distanciamento’, revela.


Rotina como aliada


A psicóloga Lidia Aratangy, terapeuta de casais há mais de 30 anos e autora de três livros sobre o tema, sai em defesa da rotina - apontada por muitos casais como pivô das separações. ‘Rotina existe para facilitar a nossa vida, não é negativa. Além disso, todo mundo é diferente a cada semana. O problema é que ninguém se conhece o suficiente para ser transparente com o outro’, analisa. Segundo Lidia, o que faz com que uma crise leve ao fim do relacionamento é a própria fantasia da perfeição. ‘Não é só um casal conhecido que passa por esse estigma da perfeição, por esse mito de existir a metade perfeita da laranja. No fundo, é difícil um casal descobrir que é igual aos outros.’

Para alguns casais, conflitos conjugais representam sinais de que não há mais motivos para insistir na união. ‘A longa convivência faz com que o casal perca o interesse social e sexual. Tudo enjoa’, diz ela. ‘A mulher se lembra de datas importantes, o marido não. Ela quer dar atenção à casa e aos filhos, e ele se esquece disso’, completa.


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