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Toque e examine

Câncer de mama: veja quais são os verdadeiros sinais

Redação Bonde
09 mar 2012 às 11:05

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- Reprodução
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A revisão de dois estudos amplos, patrocinados pela OMS, revelou que, do ponto de vista estatístico, o auto-exame mensal dos seios é menos eficaz que a mamografia (o que já se sabia na prática) e pode ser substituído, sem prejuízo, por uma auto-vigilância dos seios, sem o rigor e o passo-a-passo do auto-exame tradicional. Portanto, menos estresse, mas sem que isso nos dispense da informação nem da responsabilidade que devemos ter para com a saúde dos nossos seios.

A pergunta é: como exercer essa auto-vigilância? A Sociedade Americana de Câncer recomenda aproveitar as oportunidades que se tem de observá-los, tocá-los e examiná-los. Por exemplo: quando estamos trocando de roupa diante do espelho, quando estamos tomando banho (a pele ensaboada facilita a inspeção dos seios e das axilas) ou quando estamos deitadas.

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Se notarmos a presença de qualquer anormalidade neles, devemos consultar um mastologista ou ginecologista sem demora. Depois de nos examinar clinicamente, ele nos prescreverá uma mamografia e/ou ultra-sonografia, dependendo da nossa idade, do nosso caso e do nosso histórico clínico, pessoal e familiar. Se necessário, prosseguirá com as investigações até poder nos dar um diagnóstico seguro. Pelo menos é o que se espera de um médico competente e responsável.

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Lembre-se: é de suma importância conhecermos, tocarmos e vigiarmos os nossos seios. O professor Umberto Veronesi, considerado um dos maiores especialistas em mama do mundo, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo de 5/08/2006:

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"É muito importante que a mulher supere o pavor de apalpar a mama. Na Europa, de 50% a 60% dos tumores são descobertos pelas mulheres. É claro que, para tumores muito pequenos, a detecção só será possível com o uso da mamografia."
Veja a seguir quais são os verdadeiros sinais de câncer que nós mesmas podemos perceber nos seios, embora, no mais das vezes, a maioria deles nos leve à descoberta não de um câncer mas tão somente de um problema benigno.


1. Você tem dor nos seios?

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Em geral o câncer de mama não dói. Ele só provoca dor quando o tumor é volumoso ou quando se apresenta sob a forma inflamatória, o que é raro. Abro parênteses para esclarecer que há tumores benignos que também não doem, da mesma forma que há inflamações no seio que nada têm a ver com câncer.


Dor no seio (ou dor mamária, mastalgia, mastodínia) é coisa bastante comum na vida de qualquer mulher. Decorre quase sempre de uma tensão nos tecidos mamários, provocada por mudanças hormonais e cistos (bolsas d’água ou de leite). Essa tensão costuma se manifestar com mais freqüência na fase pré-menstrual, durante a gravidez ou quando os seios estão ingurgitados de leite na fase da lactação.

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Quando, porém, a dor é acompanhada de vermelhidão ou outro sinal inflamatório no seio, exige de nós e de nossos médicos atenção redobrada. Seja para evitar que a inflamação atraia infecção, seja, principalmente, para termos certeza de que não estamos diante de um câncer.


Cistos, em si mesmos, são eventos benignos bastante freqüentes. Doem quando são muitos ou quando aumentam de volume mas podem igualmente ser reabsorvidos pelo tecido mamário. Só exigem biópsia quando apresentam certas características, como células, massa ou sangue no seu interior.

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Os especialistas acreditam que o estresse, a ansiedade e a depressão podem promover a liberação de substâncias no cérebro que reduzem ou aumentam a liberação de determinados hormônios femininos, levando os tecidos de certos seios mais sensíveis a apresentar reações que produzem dor.
Às vezes, a dor no seio não tem origem no seio. Vem de fora. Nesse caso, ela é apenas o reflexo de um problema noutro lugar, como, por exemplo, compressão de nervos no pescoço, nas costas ou na coluna vertebral, entre outros.


Embora sabendo que as dores no seio são quase sempre de origem benigna, não devemos negligenciá-las nunca, pois as exceções existem e é melhor não dar chance a elas. Toda dor no seio deve o quanto antes ser comunicada ao médico com vistas a investigar suas possíveis causas antes de encará-la como o resultado apenas de simples alterações funcionais benignas da mama (AFBM), antigamente conhecidas por displasia.

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2. Você tem nódulo no seio? Tem uma área no seio mais espessa que as outras ou claramente endurecida (como pedra)? Observe também se ao tocar com os dedos na região embaixo do mamilo você tem a sensação de tocar numa placa dura.


Uma área mais espessa na mama pode indicar a presença de cistos ou de massa benigna, mas pode também estar relacionada com a presença de um tumor maligno. As massas e nódulos cancerosos via de regra são espessos, compactos, na maioria duros como pedra, e mal contornados. Entretanto, a Sociedade Americana de Câncer adverte que há cânceres de mama que podem ser macios, moles, ou bem contornados ("tender, soft, or rounded"). Daí a importância de consultar o médico com vistas a investigar logo, com exames apropriados, todo e qualquer nódulo ou massa que se perceba no seio.

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Um conselho do prof. Roger Poisson (mastologista canadense): se você tem mais de 30 anos e tem uma massa ou nódulo duro, indolor e solitário num só dos seios, mesmo que a biópsia mostre que se trata de um tumor benigno, é melhor retirá-lo, pois outro pode surgir e se juntar a ele, dessa vez ser canceroso e confundir o observador. Lembre-se: o avanço da idade é fator de risco de câncer de mama.


3. Um de seus seios está aumentando de volume?


O aumento do volume mamário pode ser apenas o resultado de uma alteração funcional benigna da mama (AFBM). Mas pode ser também que seja causado pela presença de um tumor maligno. Nesse caso, ou o nódulo canceroso se desenvolve ao ponto de aumentar o tamanho do seio, ou provoca uma reação inflamatória como conseqüência da difusão das células cancerosas.


Quando a mulher adulta percebe um aumento de volume mamário sem relação com o ciclo menstrual nem com a gravidez ou a lactação, deve, de imediato, comunicar esse fato ao médico. O mais preocupante é quando isso ocorre de forma unilateral, isto é, somente num dos seios, e este apresenta dor, vermelhidão e/ou exsudação em toda a sua superfície ou parte dela.


4. A pele de seu seio apresenta mudança? Vermelhidão?


Uma mudança no aspecto da pele pode estar ligada a uma alteração benigna da mama. Mas também pode ser causada pela presença de um câncer. Os sinais cutâneos que mais devem alertar são: retração da pele, alterando a textura e a forma do seio, e pele de aspecto rugoso ou granuloso, lembrando uma casca de laranja.


Vermelhidão na pele da mama ou em parte dela também é sinal que exige atenção. A coloração vermelha do seio pode ser sintoma de um câncer raro a que já me referi acima, o carcinoma mamário inflamatório, e mais raramente ainda, de um linfoma mamário com comprometimento dos linfáticos da pele. A pele reage à agressão difusa do câncer ficando vermelha. Uma vermelhidão particularmente suspeita é aquela na qual a inflamação acarreta uma sensação de calor e dor.


Quando a mulher está amamentando, um câncer inflamatório pode ser confundido com outras condições, como, por ex., com inflamação e simples infecção decorrentes de eventos benignos ("leite pedrado", por ex.), adverte o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos. Foi o que aconteceu com uma mulher que conheci há pouco, ainda jovem, mas com forte histórico familiar de câncer de mama.


5. Um de seus mamilos está se retraindo ou engrossando?
Uma retração ou engrossamento do mamilo pode ser sintoma de um tumor canceroso situado logo embaixo dele. As células de um tumor canceroso atraem os tecidos próximos, puxando o mamilo para dentro da mama. Portanto, se seu mamilo não tem um defeito congênito conhecido como "invaginação" e está se retraindo, e/ou engrossando, com ou sem dor, e sendo puxado para dentro da mama, procure consultar um médico o quanto antes.


6. Você tem eczema (com ou sem exsudação)?


É claro que um simples eczema, reação alérgica ou irritação na pele da mama não são sinônimos de câncer. Entretanto, há um risco de que isso também seja um sinal de câncer embaixo do mamilo (ver item anterior), sobretudo quando surge em apenas um dos seios e na região do mamilo e aréola.


A doença que leva à corrosão e destruição do mamilo e que está relacionada com um tumor canceroso situado embaixo dele é conhecida como doença de Paget.


É possível que alguns dos sinais aqui descritos sejam produzidos por um câncer que se inicia na pele da mama e se propaga para dentro do órgão; mas o mais comum é que se refiram à doença de Paget, cuja origem, repito, é um câncer de mama situado embaixo do mamilo.


7. Você tem secreções pelo mamilo?


Secreções, derrames ou corrimentos pelo mamilo (que também é chamado de papila) podem ocorrer fora da fase da lactação. De forma espontânea ou somente quando se aperta a mama ou o mamilo. Quando a secreção fora da fase da lactação é leite, chama-se galactorréia e não constitui um problema de saúde.


As demais secreções se acham relacionadas em sua maioria a quadros de alterações funcionais benignas da mama (AFBM) ou a desordens benignas de várias origens. Quando ocorrem num só dos seios, despertam uma suspeita maior de que sejam de origem patológica – benigna ou maligna.


Infecções subareolares, problemas na tireóide ou na hipófise, síndrome anovulatória e estimulação da glândula mamária por algum tipo de droga ou hormônio podem provocar secreções pelo mamilo.


Se não houver história de uso de determinadas drogas ou hormônios para explicar a secreção, os médicos podem pedir, entre outros, um exame de dosagem de prolactina, pois seu resultado pode fornecer indício da existência de tumor na hipófise. Nesse caso, eles solicitam exames por imagem (tomografia).


Além das secreções benignas a que já me referi, há aquelas produzidas por lesões eczematóides, erosões traumáticas, infecção das glândulas de Montgomery e por problemas decorrentes da invaginação (inversão) congênita dos mamilos.


As secreções pelo mamilo têm aspecto que varia entre leitoso, amarelado, claro, negro, verde-escuro ou sangüinolento. Quando não são patológicas, costumam ser bilaterais, multíporas (escoam pelos vários poros do mamilo) e ocorrem geralmente quando se manipula ou pressiona a mama ou especificamente o mamilo. Quando patológicas, tendem a ser espontâneas, unilaterais, uníporas (escoam por um só poro do mamilo). Mas, mesmo quando são patológicas, só em alguns casos constituem sinal de câncer.


Toda e qualquer secreção pelo mamilo deve ser cuidadosamente investigada com exames adequados a fim de se descartar ou detectar a presença de câncer. Nos casos em que os exames informam que existe tumor (geralmente em ducto) os especialistas não se limitam à biópsia da secreção: exigem a biópsia do próprio tumor.


8. Você sente gânglios (linfonodos) inchados e doídos na axila?


Quando um gânglio ou linfonodo incha, provocando dor, é sinal de que o sistema imunológico do organismo está aumentando sua produção de células de defesa naquele gânglio como reação a uma infecção benigna. Por ex.: uma gripe ou pneumonia. Mas pode ser também que se trate de uma reação de defesa do organismo a células cancerosas provenientes de um tumor existente no seio (ou no pulmão, por exemplo) que chegaram até o gânglio drenadas pela corrente linfática. Um gânglio na axila é a primeira etapa da propagação de um câncer pelos vasos linfáticos. Às vezes, é também seu primeiro sinal.


Como reconhecer que um gânglio ou linfonodo que se apalpa na axila é canceroso? É que os cancerosos geralmente são duros e de contornos irregulares. Mas só o médico, depois dos exames que fizer e solicitar, poderá informar se um gânglio está ou não comprometido pelo câncer.

Assim como o câncer dos demais órgãos do corpo, todo câncer de mama forma tumor. Em casos raros, porém, ele pode mandar suas células doentes para a axila (metástase regional) e ser oculto, isto é, não ser demonstrável na mama, nem mesmo através de mamografia e outros exames por imagem. Às vezes, para ganhar tempo, os médicos propõem fazer logo uma mastectomia (retirada cirúrgica da mama), seguida de biópsia de toda a mama bem como dos gânglios ou linfonodos removidos da axila. (Com informações do Mamablog, por Maristela Simonin)


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