A pandemia não só deixou um rastro de mais de 12 mil mortos entre a população paranaense, como também começa a causar impactos futuros, atingindo as taxas de natalidade no estado. Levantamento do Irpen (Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná), com base nos registros de nascimentos realizados nos 519 Cartórios de Registro Civil existentes, mostra uma queda de mais de 9,6% nos nascimentos em janeiro de 2021, primeiro mês após o período normal de gestação, desde a chegada da Covid-19 no Brasil, em que os casais optaram por ter filhos ou não, já com a crise sanitária instalada no País.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, repositório de estatísticas dos atos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais). Em janeiro deste ano, foram realizados 12.232 nascimentos, 9,66% menor que o registrado em janeiro do ano passado, quando houve 13.540 registros. O número é ainda quase 10% menor que a média histórica estadual do mês de janeiro desde 2002, que é de 0,03% ao ano, número que se repete quando se olha o período anual.
No Brasil, os números de nascimentos em janeiro também tiveram queda, chegando a 15,1%, com relação ao mesmo período de 2020. Foram registrados 207.901 nascimentos em janeiro de 2021, frente a 244.974 ocorridos no mesmo mês do ano anterior. Em âmbito nacional, a média histórica de variação do mês de janeiro também é de 0% ao ano, a mesma porcentagem de variação quando analisados os números do período anual.
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"A Covid-19 afetou aspectos vitais dos paranaenses em âmbitos econômicos, pessoais e até mesmo civis. Quando falamos dos principais atos da cidadania, dentro do Registro Civil, já era nítido o impacto que vimos nos casamentos e nos óbitos, porém somente agora que podemos sentir o efeito da pandemia nos níveis de natalidade do Paraná. Fica claro, agora, que muitos casais optaram por adiar o sonho de terem filhos por motivos da saúde pública. A pandemia que estamos vivendo ainda terá reflexos daqui uns anos, visto que a natalidade está diretamente relacionada com o desenvolvimento de gerações futuras do nosso país", explica a presidente do Irpen, Elizabete Regina Vedovatto.
O número de nascimentos registrados em 2021 ainda pode aumentar, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o nascimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela Covid-19.