O retrato mais comum das famílias brasileiras ainda é o formado por casal com filhos. Essa predominância, no entanto, vem caindo ao longo do tempo e em 2009 já representava pouco menos da metade (49,9%) de todas elas. Em 1992, os arranjos familiares desse tipo eram 62,8% do total.
A conclusão faz parte de um estudo apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE).
Por outro lado, vem subindo a proporção de famílias constituídas por casais sem filhos (de 11,7% para 16,2%); as monoparentais (de 13,9% para 17,4%) e ainda as de homens (de 5,4% para 7,5%) ou mulheres (de 6,2% para 8,9%) morando sozinhos.
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Outro aspecto apontado pelo levantamento é o crescente destaque da chefia feminina. Entre as famílias compostas por casal com ou sem filhos, aqueles comandados por mulher passaram de 0,8% em 1992 para 9,4% em 2009. Neste ano, elas já eram responsáveis por 4,3 milhões de famílias no país.
Como o estudo aponta que esse movimento se dá como consequência do aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, também verifica que as relações tradicionais de gênero – mulher cuidadora e homem provedor – vêm sofrendo alterações. Entre os anos de 1992 e 2009, a contribuição das mulheres na renda das famílias brasileiras subiu de 30,1% para 40,9%. Se a análise focar nas mulheres cônjuges que contribuem para a renda de suas famílias, o aumento é ainda mais expressivo: de 39,1% para 65,8%.
Apesar disso, as mulheres se mantêm como a principal responsável pelo cuidado doméstico. Em 2009, quase nove em cada dez mulheres ocupadas se dedicavam aos afazeres domésticos, enquanto entre os homens a proporção era de cinco em cada dez. Também foi verificada diferença entre o número médio de horas gastas nas atividades domésticas: 21,8 horas semanais entre as mulheres ocupadas; e 9,5 entre os homens.