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Qualidade de vida

Especialista dá 11 dicas para melhorar o sono das crianças autistas

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
03 jul 2019 às 11:33

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- Shutterstock
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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta diversas comorbidades. Entre elas estão os distúrbios do sono, que podem afetar até 86% das crianças com esse diagnóstico. A falta de sono pode agravar os problemas comportamentais, assim como interferir na aprendizagem e diminuir a qualidade de vida da criança e da família.

Segundo a neuropediatra Dra. Andrea Weinmann, é possível melhorar a qualidade de sono em crianças com TEA por meio da mudança de hábitos. "A insônia é muito comum na infância, inclusive nas crianças com desenvolvimento típico. Porém, no dia a dia vemos que a maior parte dos pacientes com TEA sofre com distúrbios do sono", diz.

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"Na maioria dos casos, ações simples e ajustes na rotina noturna são suficientes para atenuar o problema. Algumas crianças podem precisar de medicações para dormir. Entretanto, cada caso deve ser avaliado individualmente", explica a neuropediatra.

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A melatonina, hormônio que induz ao sono, é comumente receitado para crianças com insônia. Mas, para Dra. Andrea, é muito importante que os pais usem ferramentas adicionais aos medicamentos. "Há inúmeros recursos que podem ser utilizados para mudar comportamentos e adequar a rotina da criança para melhorar a qualidade do sono", cita.

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Com a colaboração da neuropediatra, elaboramos uma lista de recursos que podem ajudar a melhorar a qualidade do sono nas crianças com o diagnóstico de TEA. Confira.


Use um cronograma visual: A previsibilidade é um fator importante para crianças com TEA. Elas precisam saber, com antecedência, o que vai acontecer. Para oferecer essa previsão das atividades, os pais podem preparar um cronograma visual com desenhos referentes à rotina da noite. Este quadro deve ficar acessível para que a criança consiga visualizá-lo. É importante colocar desenhos que representem a rotina que será implantada. No início, os pais precisarão incentivar a criança a usar o cronograma.

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Rotina curta: A rotina noturna não pode ser muito longa. A melatonina começa a ser produzida assim que o sol se põe. O ideal é colocar a criança para dormir entre 19h30 e 20h30. Portanto, procure estabelecer um prazo de no máximo 1 hora e meia para iniciar e terminar a rotina.


Menos estímulos: Evite colocar atividades estimulantes após às 18h. A partir deste horário, procure manter o ambiente mais calmo, com atividades relaxantes. Vale lembrar que o uso de tablets, celulares e videogame podem excitar a criança. O melhor é restringir o uso destes dispositivos, trocando-os por livros ou jogos mais calmos.

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Relaxamento: Inclua atividades que possam acalmar e relaxar a criança, como músicas, leitura, banho e massagem.
Recompense: O reforço positivo é muito importante para qualquer criança. Assim, sempre que a criança seguir a rotina, reforce positivamente. Os pais podem criar seus próprios sistemas, como colocar estrelinhas, corações, entre outros símbolos que representem essa recompensa.


Passe premiado: Muitas crianças têm dificuldade em dormir sozinhas, em seus próprios quartos. Acabam correndo para a cama dos pais ou ainda para a sala, por exemplo. Uma boa tática para evitar essas ‘fugas’ noturnas é criar cartões premiados. A ideia é incentivar a criança a dormir em sua própria cama. Se ela o fizer, poderá trocar o cartão por uma recompensa na manhã seguinte. Pode ser algo simples, como algum alimento especial no café da manhã. Os pais também podem criar um esquema de pontos para oferecer uma recompensa maior no final do mês ou da semana.
Ambiente favorável: As crianças com TEA costumam ser mais sensíveis aos estímulos externos, como barulhos, sons, cores, cheiros e texturas. Adapte o quarto para o perfil da criança. No geral, recomenda-se que na hora de dormir o ambiente esteja escuro, silencioso e com temperatura amena. Garanta que a criança esteja o mais confortável possível.

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Na mesma hora: Os horários de dormir e acordar devem ser seguidos todos os dias, inclusive nos finais de semana.
Sozinhos: Pode ser difícil para muitos pais, porém é preciso ensinar a criança a adormecer sozinha. Todos nós acordamos, brevemente, durante a noite. Porém, rapidamente voltamos a dormir. Mas se a criança precisa de um dos pais para dormir, provavelmente precisará para retomar o sono nesses despertares.


Cuidados com a alimentação: Essa dica vale para qualquer criança: evite ao máximo oferecer doces, chocolates e bebidas com cafeína depois das 18h. Invista nos alimentos que contêm triptofano, aminoácido essencial para o cérebro que participa da produção da serotonina. Essa, por sua vez, é importante para o relaxamento e bem-estar. Banana, aveia, nozes, castanhas, peixes, feijão e tofu são alguns exemplos.
Atenção aos cochilos: As sonecas durante o dia são importantes para crianças menores e devem acontecer antes das 16h. Para as maiores, o ideal é não ter o cochilo, pois isso interfere na qualidade do sono.


Procure um especialista
Quando os pais adotam bons hábitos e o sono não melhora, é recomendado procurar um especialista em sono, como um neurologista infantil. "Há diversas causas para a insônia, como sonambulismo, terror noturno, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, medicaçõesm etc. "Além da adoção de estratégias como as citadas acima, é importante também procurar um médico que possa avaliar e orientar os pais", reforça Dra. Andrea.

O sono é essencial para a saúde física e mental de todas as pessoas. Quando a criança não dorme, acaba afetando toda a família. No caso do autismo, a falta de sono piora os sintomas comportamentais. Dormir melhor é fundamental para um bom progresso do tratamento e para a qualidade de vida dos pais e das crianças. "Muitos pais relatam melhora no humor e comportamento das crianças com TEA quando o sono melhora", finaliza a neuropediatra.


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