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Em busca do equilíbrio

Existe fórmula para educar os filhos? Psicólogo explica

Redação Bonde
01 dez 2009 às 10:19

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- Reprodução
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Quem nunca ouviu os pais contarem que quando crianças eram tratados como um "pequeno-adulto"? Muitos deles não tinham direito a vontades e algumas vezes assumiam responsabilidades de gente grande. Hoje, muitos pais preferem educar seus filhos com mais liberdade, porém de acordo com o psicólogo Willian Mac-Cormick, 70% dos pais acabam reclamando da falta de limites dos filhos. "As crianças não tem limites porque ninguém os colocou. Dar uma educação mais liberada para prevenir os ‘traumas’ de uma educação muito repressora, pode não ter o efeito esperado", afirma.

Segundo o psicólogo, os pais sabem que precisam educar, mas não têm ideia de como agir, pois não foram orientados. As funções paternas não podem ser esquecidas. Quando se inverte o sentido dessa relação, as crianças podem ter ‘prejuízos’. "Crescer sem orientação e sem limites faz a criança se sentir sozinha e desconectada de sua própria família e, principalmente, acreditar não serem boas companhias para elas mesmas", explica. "Elas acabam sempre precisando de um estímulo, seja um brinquedo novo, um aparelho de celular novo ou sempre estão ligadas 24 horas em fones de ouvido", exemplifica.

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Os pais querem o amor dos filhos e acabam confundindo educação com permissividade, que de acordo com Mac-Cormick, pode trazer incapacidade emocional, gerada pela incoerência dos pais para saber a hora certa de dizer não. "É importante que os pais saibam dizer não, mas é preciso primeiro se disciplinarem para isso, trabalharem juntos com coerência e consistência. Quando o pai diz não, a mãe também deve dizer não e vice-versa. Se algo como pular na cama dos pais não é permitido, deverá ser sempre assim, sem exceção", orienta. Além disso, os pais devem deixar o sentimento de culpa de lado e saber lidar com a frustração do filho, inclusive, o choro.

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Para o pscólogo, isso ajuda a delimitar a hierarquia entre pais e filhos, valoriza a relação e trabalha o respeito. "A falta de limites resulta em crianças e jovens agressivos, na onipotência, pois acham que podem fazer tudo e isso se reflete na vida adulta, acham que sempre podem dar um jeitinho, falta de persistência, desrespeito com as pessoas, instabilidade emocional, necessidade de chamar atenção, relacionamentos e trabalhos descartáveis, insegurança, adolescência prolongada, pois em casa pode tudo e na rua não", relata.

Outra consequência é a descartabilidade das relações. "As relações se tornam descartáveis porque o brincar para a criança não existe mais. Hoje, não brinca e sim, tem o brinquedo. O brincar é fundamental na infância, pois significa criar vínculo e trabalhar o lúdico e a imaginação. É um treinamento para a vida adulta", considera. De acordo com o psicólogo, o desafio das próximas gerações de pais é conseguir manter um equilíbrio entre ser firme sem ser autoritário.


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