Que um bebê e uma criança adoecem com mais facilidade, todo pai e mãe sabem. Mas o que é inegável são as dúvidas e, às vezes, o desespero que afligem estes pais em como identificar uma possível doença no seu filho. Para tentar diminuir estas aflições, o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, da clínica MBA Pediatria, reuniu algumas dicas sobre os sinais que as crianças dão, como um aviso de que não estão bem.
Segundo o pediatra, além do choro, característico de que algo está errado, há outros sinais importantes que indicam que o pequeno pode estar doentinho: a febre e a dor de barriga.
Autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses", o médico contextualiza que a dor de barriga é absolutamente inexpressiva em bebê e, principalmente, em crianças maiores. "Ela pode advir de uma contração muscular (basta lembrar os movimentos bruscos, as cambalhotas e as posturas assumidas pelas crianças), excesso de gases, contrações abdominais por alimentos inadequados, além, é claro, daquelas dores que passam logo após um carinho da mãe", diz Sylvio Renan.
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Por outro lado, existem dores que são sinais de alguma doença, sim. Estas, geralmente, vêm acompanhadas de febre, e não melhoram facilmente com medidas caseiras, além de terem uma tendência a aumentar com o passar do tempo.
Em relação à febre, o pediatra explica que esta é uma defesa do organismo frente a algum fator agressor e que, ao perceber que está sendo invadido, seja por fungos, bactérias, vírus ou corpos estranhos, aumenta sua produção de leucócitos (ou glóbulos brancos – células do sangue especializadas na defesa contra invasões), dirigindo-se ao local da agressão e iniciando o processo inflamatório, visando destruir o invasor. Durante esta etapa, ocorre a liberação de pirógenos responsáveis pelo aumento da temperatura do organismo, o que aumenta o poder de ação dos glóbulos brancos.
Se considerarmos que os vírus e bactérias, quando invadem o organismo, provocam febre antes da instalação da doença a ponto de ser perceptível para diagnóstico médico, a consulta precoce ao profissional não antecipa o início do tratamento. "O pediatra (ou outro profissional da medicina) somente prescreverá algum tratamento quando tiver bons indícios ou até a certeza do que está acontecendo com a criança. Dependendo da doença, os sintomas podem aparecer de 1 a 7 dias e, muitas vezes, o diagnóstico é possível somente após exames laboratoriais" alerta o médico, que é membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Para amenizar a dor de barriga e, principalmente, a febre, muitos pais recorrem a remédios da farmacinha caseira. Mas, afinal, isso é aconselhável? Sylvio Renan diz que é importante seguir a recomendação do pediatra da criança. "Se o pediatra já prescreveu uma determinada medicação em outras ocasiões, a mesma pode ser utilizada até que o médico seja contatado e informado quando ocorrer um novo sintoma".
Para cessar a febre, por exemplo, o profissional habitualmente deixa com os pais a prescrição com a dose correta para cada criança, com indicação de antitérmicos que podem ser utilizados quando apresentar febre.
Existe uma tabela que muito auxilia quanto à necessidade de auxílio do pediatra em casos febris. Confira:
Os pais não podem esquecer também que os medicamentos podem provocar reações adversas, mesmo que não sejam ministrados em altas dosagens. Como alternativa, outra manobra que diminui a temperatura corporal é dar um banho morno, com temperatura aproximadamente 2ºC abaixo da temperatura do corpo da criança naquele momento.
Por fim, Sylvio Renan frisa que qualquer medicação deve ser prescrita pelo pediatra (ou outro médico, dependendo da necessidade).
Serviço:
http://mbapediatria.com.br
http://blogdopediatra.blog.uol.com.br