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Sono, vacinas e amamentação...

Mamães reclamam: 'Pediatras falham na orientação sobre a rotina do bebê'

Redação Bonde
23 mar 2016 às 12:43

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- Reproduçã
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Mães de primeira viagem não recebem orientações médicas sobre aspectos que envolvem os primeiros cuidados com o bebê, como aleitamento materno, imunização, uso da chupeta, melhor posição para o bebê dormir... É o que revela um estudo publicado no Pediatrics, revista da Academia Americana de Pediatria (AAP), que foi conduzido por pesquisadores da Boston Medical Center, da Universidade de Boston e da Universidade de Yale, em New Haven, Connecticut. Grupos profissionais de saúde emitiram recomendações e orientações sobre todos os aspectos dos cuidados infantis, com base no estudo, que determinam que certas práticas podem prevenir doenças e até mesmo salvar vidas.

Os autores do estudo entrevistaram uma amostra nacionalmente representativa de mais de 1.000 novas mães, perguntando sobre as orientações recebidas em relação aos cuidados com o bebê que elas receberam de médicos, enfermeiros, membros da família e dos meios de comunicação.

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"Cerca de 20% das mães disseram que não receberam orientações de seus médicos sobre as recomendações atuais a respeito de aleitamento materno ou sobre a melhor posição para o bebê dormir: de costas, prática comprovada para reduzir o risco da síndrome da morte súbita infantil (SMSI). Mais de 50% das mães relataram não ter recebido nenhum conselho sobre onde seus bebês deveriam dormir. De acordo com a AAP, o compartilhamento de quarto - mas não o compartilhamento da cama - é a prática recomendada para o sono infantil seguro", afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

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Estudos anteriores já haviam revelado que as mães de primeira viagem realmente ouvem seus médicos. Esta pesquisa mostra que os médicos têm a oportunidade de fornecer às novas mães orientações valiosas sobre como melhorar a saúde infantil e até mesmo como salvar vidas. Mulheres negras, hispânicas e mães de primeira viagem são os grupos mais propensos a seguir os conselhos de seus médicos, diferentemente de mulheres brancas e mães de duas ou mais crianças.

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"Como médico, estes resultados me fazem refletir sobre como comunicamos informações importantes para as novas mães. Precisamos ser mais claros e específicos sobre as recomendações. Sob a perspectiva da saúde pública, há uma oportunidade real para envolver as famílias e os meios para promover a saúde infantil", defende o pediatra.


Para realizar o estudo, os pesquisadores registraram novas mães no momento do parto em 32 hospitais em todo o país, totalizando 1.031 mulheres. Os autores perguntaram às mulheres, quando as crianças tinham entre 2-6 meses de idade, quais os conselhos que elas receberam do médico de seu bebê, das enfermeiras do hospital onde a criança nasceu, dos seus familiares e dos meios de comunicação.

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Para verificar se essas fontes haviam fornecido orientações úteis para os cuidados com o bebê, os pesquisadores procuraram determinar se a recomendação era consistente com as recomendações dos grupos profissionais. Por exemplo, a Academia Americana de Pediatria recomenda que os cuidadores sempre coloquem o bebê para dormir de costas (de barriga para cima). As mulheres participantes do estudo foram questionadas se concordavam ou não com uma série de declarações sobre a orientação do sono. "As enfermeiras do hospital onde meu bebê nasceu disseram que eu deveria colocar meu bebê para dormir com a barriga para cima, de lado ou de costas...". Se as mulheres concordassem com a afirmação de que o bebê deveria ser colocado para dormir de costas, os pesquisadores classificavam a resposta como consistente com a recomendação da AAP. Se mencionassem as demais opções, a resposta era considerada inconsistente com a recomendação.


"Quando foi dado, o conselho médico tendia a ser consistente com as recomendações. No entanto, 10-15% dos conselhos dados sobre amamentação e uso da chupeta não eram consistentes com as recomendações, e pouco mais de 25% não eram consistentes com as recomendações sobre a posição de dormir", conta o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.


Médicos e outros atores sociais em posição de oferecer conselhos para as mães podem ter falhado porque eles não conheciam ou porque eles não concordam com a recomendação, defendem os autores do estudo. Os médicos também podem estar relutantes em dar uma recomendação que acreditam ser controversa ou que possa levar a uma longa conversa, especialmente se eles estão enfrentando restrições de tempo durante o horário de expediente, apontaram os pesquisadores.


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