No oitavo mês de gravidez, a bióloga Laís Caldeira começou a ficar receosa quanto ao parto. "Tinha medo de dar algo errado e o bebê sofrer, de não suportar a dor", lembra. Essas são preocupações que a maioria das futuras mamães têm.
"A insegurança pode vir da infância por conta de alguma história traumática que a pessoa ouviu da mãe, da avó ou de uma conhecida. Na maioria das vezes, é resultado de uma construção cultural", diz a doula e psicóloga da Casa Moara, Daniella Andretto.
O poder da informação
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"Como meu filho chegaria ao mundo sempre foi importante para mim, mas tudo ficou mais intenso quando vi o documentário 'O renascimento do Parto'. Ficou claro que este é um momento único e que marca a vida de uma pessoa", diz a gerente de Vendas Maria Cecília Vasconcelos.
Segundo ela, saber mais sobre o tema é fundamental. "Costumo falar que as pessoas se informam para comprar carro e apartamento, mas não tanto para ter um filho. Se você estiver bem informada, com certeza evitará muitos procedimentos desnecessários e dolorosos, tanto para você como para o bebê", ressalta Maria Cecília.
Daniella diz também que é preciso buscar orientação. "A mulher precisa saber como é o processo fisiológico e os aspectos psicológicos que ela está prestes a vivenciar. Isso a deixará mais segura e com mais forças para participar ativamente das decisões", complementa.
Outro ponto é pensar com antecedência na equipe que participará do nascimento. "Faz toda a diferença saber quem será o médico, o instrumentista e até o acompanhante, quando não é o marido, por exemplo. Uma equipe desconhecida deixa a maioria das pacientes preocupada", afirma a doula.
A expectativa faz parte de toda gestação. Mas ela se torna um problema a partir do momento em que, por ser muito intensa, interfere até nos processos naturais do organismo.
"Quando percebemos que a mulher está chorosa, agitada ou se sentindo impotente, sem conseguir fazer força para ajudar a saída do bebe, tentamos aliviar a dor e conversar. Procuro explicar que não há o que temer e que nós precisamos da colaboração dela. Costuma funcionar quase sempre", diz a obstetra, Alessandra Bedin, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Como lidar
Para tranquilizar as futuras mamães, Alessandra explica como encarar alguns dos medos mais comuns.
Dor – É importante que a gestante tire todas as suas dúvidas no pré-natal. A dor existe, pode ser forte, mas é suportável. Para casos de dor fora do comum, existe a analgesia, que ajuda a tirar a tensão da musculatura e acelera o nascimento, pois uma mulher sem dor e mais relaxada consegue facilitar todo o procedimento. Mas esse é um recurso que deve ser discutido com o médico, uma vez que muitas pessoas preferem não utilizá-lo.
Anestesia – Dentre todos os temores, esse é o mais fundamentado, uma vez que existem casos de complicações causadas pela sedação. Por outro lado, a medicina avançou, tanto em relação às técnicas quanto às formulações. A anestesia raquidiana, por exemplo, preocupa muitas pacientes, que temem a dor causada pela agulha e o fato de a aplicação ser feita nas costas. Mas além de a agulha estar mais fina, não existe a possibilidade de a mulher ficar tetraplégica, por exemplo.
Episiotomia – A ampliação do canal do parto (incisão feita no períneo, área muscular entre a vagina e o ânus) divide opiniões, em grande parte porque há relatos de cortes feitos sem necessidade. Porém, não há o que temer se for indicado por uma equipe de confiança.
Cesárea – Claro que esta é uma cirurgia de maior risco de infecção, que em geral causa mais dor e tem um pós-operatório mais complexo, mas as preocupações não são as mesmas do passado. Hoje, os médicos contam com recursos que praticamente eliminam os riscos de infecções e reduzem as possibilidades de dores em excesso.
Complicações – É fundamental tirar todas as dúvidas no consultório. Pesquise, informe-se e esclareça o que quiser. Complicações podem acontecer? Sim, mas os especialistas são treinados justamente para solucioná-las. Além disso, gestantes bem informadas conseguem lidar melhor com as adversidades antes, durante e depois do parto. (Fonte: Portal Vital/Unilever)