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De olho nos pequenos

Mitos e verdades sobre o Transtorno do Déficit de Atenção

Redação Bonde
06 jun 2012 às 10:51

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- Reprodução
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Ainda que muito tenha se falado sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) as dúvidas são recorrentes. Para esclarecer as principais perguntas convidamos a psiquiatra Maria Conceição do Rosário, especializada no atendimento de crianças e adolescentes para esclarecer quais os mitos e verdades que certam o tema. Confira:

Hiperatividade, impulsividade e desatenção são as principais características do TDAH?

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Verdade. O TDAH é um transtorno neurobiológico que se caracteriza por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e desatenção. Porém estes sintomas precisam estar presentes em dois ou mais ambientes (social, afetivo, familiar, escolar e/ou profissional) por um período prolongado. É importante ressaltar que estes sinais não são suficientes para um diagnóstico e apenas um médico especialista pode realizá-lo.

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O TDAH é um transtorno novo?

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Mito. Dados históricos comprovam que o primeiro registro sobre os sintomas do TDAH foi feito pelo pediatra inglês, George Still, em 1900. Ele apresentou casos clínicos de crianças com hiperatividade e outras alterações de comportamento que poderiam ser provocadas por algum transtorno cerebral que na época ainda era desconhecido.


Apresentar hiperatividade é o mesmo que ter TDAH?

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Mito. A hiperatividade é apenas um dos sintomas do TDAH. E pode ser encontrada em diversos transtornos psíquicos como transtorno bipolar, autismo e em alguns casos de ansiedade. A hiperatividade também pode ocorrer em doenças físicas como o hipertireoidismo. O quadro também pode ser provocado por alguma situação específica de fundo emocional e ser passageiro.


O TDAH é hereditário?

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Verdade. Quando diagnosticamos uma pessoa com TDAH, se pesquisarmos na mesma família, encontramos frenquentemente pais ou irmãos com o mesmo problema.


O TDAH pode estar associado a dificuldades de aprendizagem?

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Verdade. Cerca de 40% dos pacientes com TDAH também apresentam dificuldades de aprendizado. No entanto, outras patologias neurológicas e sistêmicas também podem dificultar o aprendizado.


O TDAH pode ter origem na vida adulta?

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Mito. As manifestações do TDAH sempre têm origem na infância. Em alguns casos, as pessoas são diagnosticadas apenas na adolescência ou na vida adulta, o que transmite a ideia de que o transtorno teve início neste período da vida. Mas se estes pacientes voltarem ao passado, perceberão que o transtorno lhe causou prejuízos desde a infância na vida social e mais tarde na profissional também.


Preencher a rotina da criança com atividades ou levá-la para a psicoterapia, por exemplo, bastam para tratar o TDAH?


Mito. O tratamento do TDAH deve ser sempre individualizado e multimodal. A idade, a gravidade do quadro e a situação pessoal do paciente (apoio familiar, impacto do transtorno na escola e/ou trabalho, afazeres cotidianos, etc) norteiam o médico no tratamento mais adequado para aquele indivíduo, que pode envolver diferentes especialidades (psicólogo, pedagogo, fonoaudiólogo, etc). Além disso, ter uma rotina organizada também ajuda no tratamento, como agendas e bilhetes que podem auxiliar na realização das atividades cotidianas do portador.

*Maria Conceição do Rosário, é psiquiatra especializada no atendimento de crianças e adolescentes, professora adjunta do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professora associada do Child Study Center da Universidade de Yale. Para mais informações sobre a Shire, acesse o site www.shire.com.br ou www.shire.com.


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