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Dia das mães

Mulheres dividem histórias de amor e superação na maternidade

Gabriela Campos - Redação Bonde
12 mai 2017 às 17:47

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- Reprodução/Arquivo Pessoal
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O segundo domingo de maio no Brasil assume sempre um ar especial: é Dia das Mães. Apresentações escolares são feitas; floriculturas, rodoviárias e estradas se enchem. Dezenas de lojas lançam propagandas que tentam exprimir um pouco do que é ser mãe. Mas afinal, o que é ser mãe?

"Ser mãe é um amor muito grande, é uma preocupação, é uma série de coisas em uma só, mas em primeiro lugar é o amor", afirma a aposentada Conceição Aparecida Ticiani Pereira, de 70 anos. Mãe aos 16 anos, Conceição deu a luz cinco filhos. "Eu sempre desejei ser mãe. Desde menina eu via a minha família grande e pensava em ter filhos", conta.

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Aos 35 anos, Conceição perdeu o marido. Com os filhos ainda pequenos, a aposentada conta que eles foram o motivo dela prosseguir. "Quando eu fiquei viúva, eu quis entar em desespero, mas não tinha como, eu tinha que seguir a vida. Meus filhos dependiam de mim. Nessas horas você esquece de você. Eu entreguei para Deus e pedi para ele me orientar", relembra.

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E foi isso que ela fez. Hoje, anos depois, a aposentada se diz realizada. "Graças a Deus todos são pessoas íntegras, direitas. Uma mãe quer ver os filhos bem. Eu não teria passado pelo que eu já passei se não fosse por eles", conta Conceição.

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Mas ser mãe também pode ser viver diariamente frente a frente com o inesperado. A dona de casa Rosangela Cristina dos Santos é um dos exemplos perfeitos desse caminhão de surpresas que a maternidade traz. No finalzinho de abril, ela deu a luz Nicolas Eduardo, Pedro Miguel e Hugo Leonardo, os trigêmeos caçulas da família. "Foi mágico, me sinto honrada e agradeço a Deus todos os dias por ter me escolhido para gerar esses três anjinhos de uma só vez . Sou previlegiada, sou mãe de quatro lindos meninos", conta Rosangela, que também é mãe de Arthur Gabriel, de 3 anos.


Com os trigêmeos ainda no hospital, a dona de casa diz estar ansiosa para enfim levar os bebês para casa. "Meu coração está super apertado por ter que vê-los ainda no hospital, não vejo a hora de ter minha família em casa, todos embaixo das minhas asas", brinca a mãe. Porém, ela afirma que uma força tarefa será montada na família para receber e cuidar dos trigêmeos. "Eu e meu marido teremos a ajuda das avós. Minha mãe vai ficar aqui comigo e minha sogra também virá aos finais de semana", comenta.

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Seguindo a onda do inesperado, a jornalista, empresária e mãe Victoria Libos, de 23 anos, tem uma história que se encaixa perfeitamente nesse conceito. Aos 19 anos, ainda estudante universitária, Victoria descobriu que estava grávida. "A maternidade foi bem avassaladora. Mudou toda a minha rotina, meus planejamentos. Eu tive que me reinventar", relembra.


A então estudante prosseguiu com os estudos e como produto do seu trabalho de conclusão de curso lançou um documentário sobre maternidade. "Eu mergulhei no universo da maternidade, mas não foi nada romântico como as pessoas colocam. Foi aí que surgiu a ideia do documentário. Eu queria mostrar o outro lado da maternidade, expor que nem tudo são flores. Queria mostrar histórias de sobrevivência. Nada que diminua o amor, mas mostrar que o amor incondicional é amar além das condições, e são essas condições que eu quis mostrar no documentário", explica.

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Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal - Victoria e a filha Alice ainda bebê
Victoria e a filha Alice ainda bebê


Buscando desmistificar a romantização da maternidade, a jornalista mostrou que ser mãe é algo incrível, mas que existem, sim, as partes complicadas, os dias difíceis, e que ainda falta muito apoio da sociedade para com as novas mamães. "Existem poucas pessoas que realmente se dispõem a ajudar, a ouvir as mães, a ter empatia. Pegar a criança para tomar um sorvete enquanto a mãe pode ter um tempinho para encontrar uma amiga, buscar um dia na escola", comenta.


Para Victoria, existem várias realidades, e ela espera que as pessoas que assistam o documentário entendam essas diferenças. "Cada uma tem a sua história de vida, mas espero que as mães que não se identifiquem não diminuam as dores e as histórias. Cada mãe tem sua realidade, seus privilégios e as suas dificuldades".
Sobre a filha Alice, de 2 anos, a jornalista afirma, "hoje ela é a minha melhor amiga e companheira da minha vida.


Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal


"Mãe é mãe"

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Já para a contadora Sandra Perotti Balbino, ser mãe tem um significado ainda mais especial. Sandra e o marido Wagner adotaram João Pedro, um bebê de 2 meses que após algumas complicações durante o nascimento, saiu do hospital com uma família pronta para ajudá-lo a superar as dificuldades que a vida traria. "O João era uma criança desnutrida, com restrições motoras. Havia uma expectativa de que ele não andaria. O próprio Fórum já nos adiantou, na época, que ele poderia ficar na cama. Mas nós entendemos que foi Deus que o colocou na nossa vida. Nós aceitamos o João Pedro como ele veio", conta.


A família enfrentou muitas dificuldades, principalmente com relação aos estudos do filho, hoje com 18 anos. Com 1 ano de idade, foi descoberto que João Pedro possuía uma significativa perda auditiva. Os pais buscaram - e continuam buscando - diversos médicos e escolas, sempre atrás de encontrar o melhor encaminhamento para ajudar o filho.

Com relação à adoção, a mãe afirma "eu sou mãe do João Pedro, eu não sou a mãe adotiva dele. Pra mim não existe mãe adotiva ou mãe biológica. Mãe é mãe. Mãe é aquele que cria, que dá amor, que acompanha. Eu tenho um filho que eu amo imensamente e que têm algumas limitações. É difícil? Sim. Mas eu tenho um filho lindo que eu amo e sou amada por ele", finaliza Sandra.


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