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Papa condena controle demasiado dos filhos

Agência Lusa
08 abr 2016 às 17:17

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- Divulgação
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O papa Francisco recomendou aos pais que evitem "uma invasão nociva" na vida pessoal dos filhos porque, garantiu, "a obsessão não é educativa", embora "sempre falte alguma vigilância".

"A obsessão não é educativa, e não se podem controlar todas as situações pelas quais poderá passar um filho", lembrou na exortação apostólica Amoris Laetitia (A alegria do amor), publicada nesta sexta-feira (8).

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Francisco sublinhou que "a família não pode renunciar a ser um lugar de apoio, de acompanhamento, de guia" dos filhos e recomendou que "não se deve deixar de questionar quem oferece entretenimento e diversão, quem entra nos seus quartos pelos ecrãs [no caso, telas de televisão]."

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"Faz sempre falta alguma vigilância. O abandono nunca é saudável. Os pais devem orientar e alertar as crianças e adolescentes para que estas saibam enfrentar situações em que possam existir riscos, por exemplo, de agressões, de abuso ou de consumo de drogas", afirmou.

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Mas "se um pai está obcecado em saber onde está o filho e controlar todos os seus movimentos, apenas procura dominar o seu espaço".


"Desse modo, não o está educando, fortalecendo, não o está preparando para enfrentar os desafios. O que interessa sobretudo é gerar no filho, com muito amor, processos de amadurecimento da sua liberdade, de capacitação, de crescimento integral", explicou.

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Francisco defendeu que "só assim esse filho terá em si mesmo os elementos de que precisa para saber defender-se e para atuar com inteligência e astúcia em circunstâncias difíceis".


Por esse motivo, "a grande questão não é onde está fisicamente um filho, com quem está em preciso momento, mas onde está num sentido existencial, onde está posicionado nas suas convicções, objetivos e desejos".

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Como solução, o papa afirmou que "só os momentos passados com eles (jovens), falando com simplicidade e carinho de coisas importantes e possibilidades sãs criadas para que eles ocupem o seu tempo, permitirão evitar uma invasão nociva".


No capítulo intitulado "Sim à educação sexual", Francisco considerou ser "difícil pensar a educação sexual numa época em que a sexualidade tende a banalizar-se e a empobrecer-se". Por outro lado, "só pode ser entendida no marco de uma educação para o amor".

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"A educação sexual deve dar informação, mas sem esquecer que as crianças e os jovens não atingiram uma maturidade plena. A informação deve chegar no momento apropriado e de maneira adequada à etapa que vivem", recomendou.


"De nada serve inundá-los de dados sem o desenvolvimento de um sentido crítico perante uma invasão de propostas, perante a pornografia descontrolada e a sobrecarga de estímulos que podem mutilar a sua sexualidade", acrescentou.

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O papa criticou a expressão "sexo seguro" por "transmitir uma atitude negativa em relação à finalidade de procriação natural da sexualidade, como se um possível filho fosse um inimigo do qual é preciso proteção".


"Assim se promove a agressividade narcisista em vez do acolhimento. É irresponsável qualquer convite aos adolescentes para que brinquem com os seus corpos e desejos, como se tivessem maturidade, valores, compromisso mútuo e objetivos próprios do matrimônio", considerou.

A exortação Amoris Latetia foi escrita a partir das conclusões dos sínodos dos bispos para a família, extraordinário e ordinário, que decorreram, respetivamente, em outubro de 2014 e 2015.


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