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Educação

Pense: qual herança você quer deixar para seus filhos?

Redação Bonde
03 fev 2010 às 09:59

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- Reprodução
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As primeiras relações comportamentais na vida de uma criança se estabelecem com sua família, principalmente com os pais. Por isso, apenas à medida em que ela cresce e toma consciência de suas atitudes é que será possível julgar o que é essencial manter ou não em sua vida. Nessa etapa da vida, o determinismo da convivência familiar passará a ter um caráter menos importante. Mas, como isso demora alguns anos para acontecer, é importante ter em mente que devemos nos preocupar com os comportamentos que a criança herdará de seus pais, para não receberem um legado indesejado.

Uma recente pesquisa internacional, realizada pela Unicamp em parceria com a Universidade de Madrid, comprovou que o comportamento dos pais influenciam diretamente o de seus descendentes. Fumar e beber na frente dos filhos, por exemplo, pode levá-los facilmente ao vício, da mesma forma que ações positivas podem contagiar a criança. Ela entenderá as atitudes que se mostrarem naturais aos seus genitores como corretas. No decorrer do desenvolvimento, os mais novos adotam ou repudiam esses exemplos herdados dos pais, ou seja, assumem um perfil parecido ao deles, ou se rebelam e adquirem uma representação totalmente contrária. Esse sentimento de negação nada mais é do que uma forma de manifestar o desejo de mudança por algum modelo de comportamento.

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A repetição de determinados atos que identificam nosso comportamento, desempenhados de forma inconsciente, é mais comum do que imaginamos e pode se tornar prejudicial a ponto de interferir no ambiente social, até mesmo na carreira do indivíduo, gerando sérias conseqüências. A influência que exercemos em nossos filhos não se restringe aos vícios, o modo como reagimos a determinadas situações, mas também desempenha um importante estímulo para a definição de seus próprios perfis quando chegarem à fase adulta. Como você reagiria, por exemplo, se estivesse parado no trânsito, acompanhado de seu filho, e outro motorista batesse em seu carro? Em casa, nas conversas por telefone, você presta atenção se os pequenos estão por perto e se o assunto é adequado para eles? Para eliminar esses comportamentos instintivos, é necessário que haja primeiro uma conscientização do problema, pois, o que geralmente acontece, é o não entendimento dos problemas que os aspectos adotados por você podem causar. Por isso, pense sempre em como tem resolvidos os problemas em sua vida, tendo em vista que seus filhos podem escolher os mesmos caminhos quando chegar a vez deles de decidir sobre o que é melhor ou pior frente à determinada situação.

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Há ainda outras probabilidades de comportamento que a criança pode herdar como a atual preocupação excessiva dos pais com suas carreiras. Para compensar a ausência gerada por essa alta expectativa em serem bem sucedidos, os pais tentam suprir as necessidades dos infantes com brinquedos ou presentes modernos, e esquecem que o principal não se compra. As crianças, por sua vez, ficam em creches e escolas, com parentes ou sozinhas dentro de casa à mercê da programação televisa e da internet. Esse é um padrão cada vez mais comum na vida das pessoas. Mas não podemos esquecer que, como o sobrenome, algumas atitudes também são passadas de pai para filho.


Por isso, é importante refletir sobre o legado que pretendemos deixar para nossos filhos e, mais do que isso, sobre o que temos comunicado a eles sem nem mesmo perceber. Quais serão os valores e princípios transmitidos para as crianças que serão carregados até sua vida adulta? A herança que deixaremos para nossos descendentes não é exatamente o que pretendemos passar para eles, e sim o que absorverão dos nossos padrões comportamentais.

Serviço
Eduardo Shinyashiki é consultor, palestrante e diretor da Sociedade Cre Ser Treinamentos. Autor do livro Viva Como Você quer Viver, da Editora Gente. Para mais informações, acesse www.edushin.com.br.


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