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Prevenção ao uso de álcool deve começar em casa

Redação Bonde
06 out 2011 às 12:41

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- Reprodução
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Legenda: O fato de a bebida ser socialmente aceita faz com que as crianças convivam desde muito cedo com o hábito de beber


Um churrasco em casa no final de semana, uma festa em família, refeições regadas a vinho, cerveja e outras bebidas. O fato de a grande maioria das situações sociais terem como uma das atrações as bebidas alcoólicas faz com que, desde crianças, as pessoas vejam as bebidas como inofensivas companheiras das mais diversas situações, alegres e tristes. Por isso, o consumo de álcool - e os problemas derivados disso - têm começado cada vez mais cedo.

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Desde a Antiguidade, a bebida alcoólica sempre foi símbolo da busca da alegria. Nas mitologias grega e romana, por exemplo, as festas eram sempre regadas a vinho e outras bebidas, como forma de incentivar as pessoas a se soltarem e se divertirem - o que invariavelmente acabava com a perda das noções de limite, brigas, sexo desmedido, entre outras situações. De lá pra cá, as bebidas se firmaram como coadjuvantes da diversão, mesmo sem levar em consideração a idade dos consumidores.

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De acordo com o psicólogo Dionísio Banaszewski, que há mais de vinte anos se dedica ao estudo e ao combate à dependência química, não é por acaso que há proibição de venda de bebidas para menores de 18 anos. "O filósofo Platão, já no século IV AC, alertava que as crianças não deveriam consumir bebidas alcoólicas porque não tinham ainda responsabilidade sobre seus atos para saber o momento de parar", afirma. Além disso, a própria estrutura física e psicológica dos jovens é mais frágil do que a dos adultos e, por isso, eles apresentam mais riscos de desenvolver dependência e de ter conseqüências graves pelo consumo.

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No entanto, é raro conhecer alguém que não tenha ao menos experimentado bebidas alcoólicas antes dos 18 anos. "Isso acontece porque o consumo é incentivado em todas as situações sociais, mesmo dentro de casa. Via de regra, as pessoas começam a beber em casa", lembra o especialista.


A maior inquietação da atualidade, segundo o psicólogo, é a compulsividade. "A coletividade vive hoje uma peste emocional, que é o comportamento compulsivo. Ele se manifesta de várias formas, seja a busca desmedida pela beleza física, a ansiedade, a competitividade, o consumismo e, claro, o uso de drogas e bebidas alcoólicas em exagero. Isso acontece porque as pessoas têm dificuldade de confrontar qualquer frustração, buscando pseudo-prazeres", comenta. "Mas a maturidade só pode vir da superação dessas frustrações. A própria natureza nos mostra isso: crescer envolve sofrimento, nascer significa sair do conforto do útero. E assim a vida segue, com limitações e vitórias diferentes em cada etapa", completa.

O especialista alerta, portanto, que o trabalho de prevenção deve envolver a mudança dessa base, preparando a criança para lidar com as mudanças que a vida traz. "Os adultos são os modelos das crianças. Os pais deve refletir sobre isso, pois são o referencial de seus filhos e, muito provavelmente, seus atos serão repetidos por eles em algum momento", conclui o psicólogo.


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