Na psicanálise na clínica com bebês, durante a primeiríssima infância, fase que vai até os dois anos de idade, a atenção se volta à constituição psíquica e ao desenvolvimento global do indivíduo: fala, socialização, aprendizagem e outros fatores que rapidamente avisam se a criança apresenta algum atraso. A psicóloga Karina Stagliano de Campos, da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica) de Londrina, afirma que o psicólogo, o profissional da saúde especializado, tem esse olhar clínico e criterioso, principalmente na interação do bebê com seu cuidador e seu entorno. Por exemplo, se há trocas de olhares durante a amamentação (seio ou mamadeira é indiferente); se a criança responde, conforme a idade, fazendo gracinhas, se sorri quando brincamos e falamos com ela.
Entraves no aspectos psíquico podem precipitar dificuldades nos outros aspectos do desenvolvimento. "Olhar para a primeiríssima infância é olhar para indicadores de risco. O desenvolvimento psíquico acontece na relação com o outro, sendo que este outro, na maioria esmagadora das vezes, é a mãe ou a pessoa que exerce a função materna. Se algo não vai bem nessa relação ou não vai bem como o bebê, no futuro teremos que lidar com transtornos que já davam sinais nessa fase”, explica.
Não se trata apenas de observar, por isso é tão importante que toda criança seja acompanhada nessa primeira fase da vida e, se necessário, receber o encaminhamento. Os protocolos aplicados na detecção de sinais de transtorno permitem identificar, inclusive, se o bebê e a família precisam de acolhimento e orientação especial. A intervenção imediata pode evitar que se desenvolva um transtorno invasivo, podem haver síndromes, psicoses, autismo ou até mesmo depressão infantil, situações que podem ser identificadas antes dos dois anos e já conduzidas ao acompanhamento especializado.
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*Atualizada em 23/04/2021 às 08h55.