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Em Curitiba

Rapaz perde esposa e cria projeto para ensinar os filhos a enfrentar a vida

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
16 jul 2019 às 12:26

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- Reprodução/Facebook
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Uma sociedade mais colaborativa, preocupada com a sustentabilidade e também dedicada na busca por uma alimentação que faça bem para a saúde e para o planeta. Esses temas são super relevantes para o nosso presente e futuro, claro. Mas você já se perguntou qual o nosso futuro e o das próximas gerações quando falamos de saúde emocional?

Estudos como o relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apontam que um terço das incapacidades nas Américas está relacionada com transtornos mentais como ansiedade e depressão. Outra pesquisa, mas agora da Organização Mundial da Saúde (OMS), cita que a depressão será a doença mental mais incapacitante do mundo até 2020. No Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem com a doença (6% da população).

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Foi pensando no legado emocional que deixaremos para as novas gerações que o curitibano Ton Kohler resolveu criar o Papai em Dobro. O projeto, que já existia na mente do Ton há algum tempo, saiu do papel um mês após a perda da esposa. Embora a situação fosse muito delicada, Ton encarou o momento como uma forma de ressignificação. Pouco mais de 30 dias após a perda, Ton decidiu encarar o desafio do projeto que busca mostrar como é possível dar novo sentido à vida e traçar um novo rumo, mesmo diante das adversidades.

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"As escolhas emocionais dos meus filhos passam pela energia que transmito e também pela maneira como decido lidar com as adversidades. Foi por isso que escolhi utilizar o potencial de multiplicação das redes sociais e realizar palestras para contar como é o meu cotidiano com os meus filhos. Percebi que a minha história é semelhante à de muita gente que interage comigo e que poderia contribuir para inspirar outras pessoas na forma como abordamos o tema e lidamos com adversidades que muitas vezes são um tabu", explica.

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Ton se baseia em quatro pilares para conversar com o público: autoconhecimento, escolhas de caminhos, força para acreditar e decisão de ser feliz. Para ele, é preciso que a pessoa tenha discernimento de quem é e saiba quais são as suas responsabilidades nas escolhas para então determinar o caminho que irá traçar.


"Precisei confiar que tudo acontece por algum motivo e que não temos poder sobre inúmeras coisas na vida, mas temos algo extremamente importante: a decisão de sermos ou não sermos felizes. A capacidade de mudar um cenário está nas nossas mãos, mentes e como escolhemos ser ou fazer. Espero que o projeto possa impactar as pessoas que, ao conhecerem a minha história e como estou tentando contribuir por um futuro emocional melhor para os meus filhos, compreendam o seu papel. Deixar um mundo melhor, com mais responsabilidade e estabilidade emocional é função de todos nós. Tenho certeza que a Re, de onde estiver, entende isso, e cuidará sempre dos nossos planos e dos nossos passos", finaliza.

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A ressignificação da morte


Ton atualmente tem 39 anos, é publicitário, pai do Pedro e da Mariana, e com uma vida profissional repleta de compromissos "inadiáveis" como grande parcela da população no Brasil. Casado com Renata por seis anos, ele ouviu a voz de sua esposa pela última vez em julho de 2018, quando por telefone ela avisou que iria à academia. Horas depois ela faleceu após um ataque cardíaco no meio do treino de muay thai. Ton, que já havia sofrido uma grande perda aos 16 anos, quando viu seu pai sofrer um acidente de carro em frente à casa onde moravam, teve a sua frente uma série de escolhas.


"Quando eu perdi meu pai levei muito tempo para entender que aquele sentimento era de depressão e não mais o luto de sua perda. Hoje sou pai e devo ser exemplo para meus filhos e, por isso, escolhi seguir em frente e mostrar a eles que precisamos seguir o melhor caminho. Naquele momento, por mais difícil e dolorido, eu decidi ser o que os meus filhos precisam que eu seja", foi assim que Ton decidiu iniciar o projeto que encara como a oportunidade de semear um futuro emocionalmente diferente para os seus filhos e também para a sociedade.

No entanto, apesar da tristeza profunda, ele precisou repensar suas atitudes quando se viu sozinho e com a obrigação de cuidar de dois filhos de 1 e 4 anos. "O Pedro chorou por 45 dias seguidos. Ele me perguntava: cadê a mamãe? E eu não tinha coragem de dizer que ela não iria mais voltar. Até perceber que precisava, sim, contar a verdade aos meus filhos porque de um jeito ou de outro, nós teríamos que encarar aquela situação. Foi dolorido, mas tenho certeza que a maneira como decidi lidar com a situação desde o início interferiu na forma que eles estão encarando os fatos. Fico muito confortável em dizer que, apesar de tudo, nossa família caminha feliz. Tenho consciência que sou um espelho para eles e que cada reação e emoção minha é absorvida pelos meus filhos. O conjunto formará o caráter emocional deles no futuro", desabafa.


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