A capacidade de uma criança pequena de contar mentiras é um sinal de inteligência, sugere um estudo feito no Canadá e divulgado pelos jornais britânicos The Times e Daily Mail nesta segunda-feira.
Segundo os cientistas responsáveis pela pesquisa, os complexos processos mentais envolvidos na formulação de uma mentira são um indicador de que a criança atingiu um importante estágio no seu desenvolvimento, e algumas passam por essa mudança antes que outras.
O estudo, realizado pelo Instituto de Estudos da Criança da Universidade de Toronto, no Canadá, envolveu 1,2 mil crianças e jovens com idades entre dois e 17 anos.
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Apenas um quinto (20%) das crianças de dois anos avaliadas no estudo mostraram ser capazes de não falar a verdade. Já aos quatro anos, 90% das testadas mentiram.
Brinquedo
O diretor do instituto, Kang Lee, testou a honestidade das crianças dizendo a elas que não olhassem para um brinquedo colocado atrás delas.
Depois, disse que tinha de sair da sala para atender a um telefonema. Uma câmera escondida monitorou as reações das crianças.
Ao retornar, ele perguntou se a criança havia virado para olhar o brinquedo, e depois o pesquisador comparou as respostas com o material gravado.
Kang Lee afirmou que os pais não devem ficar preocupados se seus filhos contarem mentiras.
"É um sinal de que alcançaram um novo marco no seu desenvolvimento", disse ele ao Times. "Os que têm melhor desenvolvimento cognitivo mentem porque são capazes de esconder as pistas."
Kang disse que a mentira só é possível porque as crianças adquiriram a habilidade de realizar um complexo malabarismo mental que envolve guardar a verdade em algum compartimento no cérebro.
Segundo os pesquisadores, pais mais severos ou uma educação religiosa não interferem na habilidade ou frequência de mentiras.
Os cientistas também disseram que aparentemente não há relação entre saber contar mentiras logo cedo e desonestidade na vida adulta.