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Não se envergonhe!

Saúde íntima: nove dúvidas que não devem ser ignoradas na consulta médica

Redação Bonde*
17 abr 2015 às 12:32

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- Reprodução
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Você está na consulta ginecológica ou urológica e se lembra daquela dúvida que pintou no banheiro outro dia, mas desiste de perguntar por ser constrangedora - ou então por medo do médico achar óbvio demais. Entretanto, muitas vezes o questionamento que parece bobo pode ser o mais importante, indicando uma possível doença ou um comportamento inadequado. Pensando nisso, conversamos com profissionais e respondendo algumas dessas perguntas:

É normal ter um dos seios ou testículos maior que o outro?

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Diferenças discretas de volume entre os testículos e seios são consideradas normais. No caso dos seios, pode acontecer principalmente em mulheres porque, na puberdade, uma das mamas pode ter mais receptores de hormônio, levando a um crescimento maior. "Nos testículos isso ocorre geralmente por conta da variação no pequeno volume de líquido que se apresenta ao redor dos testículos", explica o urologista Mauro Pinheiro, do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia - regional Rio de Janeiro. Essas diferenças são preocupantes quando surgem subitamente, são muito grandes e/ou associadas à dor na região. "Nestes casos, deve-se suspeitar de processos inflamatórios, infecciosos ou até mesmo de câncer, e um médico urologista ou mastologista deve ser consultado."

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Após masturbação excessiva, é normal o pênis ou a vagina ficar inchado?

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"O atrito em excesso nos tecidos do pênis e vagina pode resultar em um edema, que é um discreto acúmulo de líquido nesses tecidos", explica o urologista Mauro. O resultado disso é um aspecto de "inchaço", que pode ocorrer devido a esse líquido acumulado. "O edema tende a reduzir e desaparecer algumas horas após o repouso", diz. Caso o problema persista, o indicado é procurar um médico.


As bombas penianas, muito utilizadas na Europa e Estados Unidos, são mecanismos que, acoplados ao pênis, produzem um vácuo que faz com que o sangue venoso reflita para dentro do pênis, em um processo semelhante ao da ereção. "A diferença é que, na ereção verdadeira, o sangue que preenche o pênis é arterial e não venoso", explica o urologista Mauro. Se utilizadas durante um período prolongado ou caso ocorra um vácuo muito forte, pode sim ocorrer um edema dos tecidos periféricos, visualizados como um "inchaço".

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É necessário tomar banho imediatamente após a relação sexual?


Sim, é necessário, mas você não precisa sair correndo para o banheiro logo após o sexo. Higienizar o órgão sexual depois do ato ajuda a evitar principalmente infeções causadas por fungos, como a candidíase. Lavar o órgão após a relação sexual também ajuda a remover resíduos de sêmen e excesso de lubrificante do preservativo. Caso você não tenha usado preservativo, a higiene também serve para retirar o muco da lubrificação natural da vagina junto com resíduo de secreção espermática após a ejaculação - ambos ricos em substâncias que servem como meio de cultura para bactérias e fungos. "A flora bacteriana nos tecidos do pênis e vagina está aumentada após a relação sexual, principalmente quando próximo do período menstrual", afirma o urologista Mauro. Caso essa flora esteja modificada por conta de patologia prévia na mucosa do pênis ou vagina, há o risco de transmissão de DSTs. "A higiene pode ser feita até em poucas horas após a relação - não precisa ser imediatamente, porém não se deve deixar nunca para o dia seguinte."

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Por que algumas pessoas têm vontade de urinar após a relação sexual?


Segundo o urologista Mauro, existe um reflexo após o orgasmo sexual, que desencadeia a contração de vários músculos da pelve, inclusive da bexiga e dos esfíncteres envolvidos na micção, podendo desencadear em alguns indivíduos um desejo de urinar logo após. "Urinar depois do sexo também é importante para limpar o canal urinário, diminuindo o risco de possíveis infecções por bactérias", ressalta a ginecologista Rita Géssia Patriani Rodrigues, do hospital São Luiz Itaim, em São Paulo.

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Para que servem os pelos pubianos?


Evolutivamente, os pelos pubianos existem para a proteção da região genital. Aparar os pelos é eventualmente recomendado para facilitar a higiene e evitar a umidade no local, que pode propiciar crescimento de fungos. "Isso porque na base do pelo há glândulas que produzem suor e gorduras para lubrificar e resfriar a pele, e essas podem causar um cheiro desagradável ou servir de alimento para germes, predispondo ao aparecimento de doenças de pele", completa o urologista Ravendra Muniz, do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

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Se você tem uma higiene íntima adequada diariamente e seu órgão genital está saudável, a depilação não se faz necessária. Dessa forma, é importante manter a região sempre limpa e os pelos aparados quando necessário, para não dar margem ao acúmulo de fungos e bactérias nocivas. "A depilação total da região genital deve ser evitada devido ao risco de ferir uma pele que é muito fina e está próxima de uma flora bacteriana naturalmente maior que a de outros locais, apresentado, portanto, algum risco de infecção", afirma o urologista Mauro. O melhor seria apenas aparar os pelos, evitando depilar. Caso deseje, a depilação deve ser realizada com extremo cuidado e higiene.


Quais os problemas em machucar o pênis ou a vagina durante a depilação?

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Se você prefere se depilar e sofreu algum corte durante o processo, o ideal é higienizar bem a área no momento e manter a higiene com atenção redobrada nos próximos dias, acompanhando a ferida de perto. Caso aconteça algum inchaço, inflamação ou infecção na área afetada, procure um médico. Evite roupas que friccionem o local durante a cicatrização e dê um tempo nas relações sexuais.


Em caso de lesão ou fissura durante a relação é necessário procurar um médico?


Sim. "Se ocorrer qualquer fissura ou lesão no órgão sexual, sempre é necessário procurar um médico", alerta o urologista Mauro. Já o urologista Ravendra completa dizendo que as recomendações para esse caso são parecidas com as dadas para o depilação, inclusive com repouso ou abstinência sexual até que a ferida cicatrize completamente.


Coito interrompido ou usar camisinha apenas no momento da ejaculação protege de DSTs?


Os especialistas são categóricos: não. "O coito interrompido não protege a pessoa de absolutamente nada, nem mesmo do contágio do HIV e das hepatites", diz Mauro Pinheiro. Inclusive, o coito interrompido pode não deixar a pessoa completamente protegida da gravidez, no caso de relações heterossexuais. Dessa forma, a recomendação de colocar a camisinha antes do ato persiste. O risco de transmissão de DSTs com uso da camisinha apenas na hora da ejaculação é total, uma vez que a lubrificação vaginal e o líquido liberado pelo pênis antes da ejaculação também contém vírus e bactérias transmissoras de DST. Além disso, verrugas e feridas causadas por HPV, candidíase ou sífilis podem estar presentes na pele do pênis ou vagina, e o contato seria suficiente para transmissão. "Há também o risco de uma fissura ou ferida, levando ao contato de sangue com sangue", lembra o urologista Ravendra. Por isso, a camisinha deve ser colocada antes do início da relação e permanecer lá até o final.


Uma pessoa em tratamento para DST coloca o parceiro em risco se transar sem camisinha?

O paciente em tratamento para doença sexualmente transmissível curáveis, como o HPV, gonorreia e clamídia, deve manter abstinência sexual até a completa cicatrização ou remissão da DST. No caso de DSTs crônicas, como a Aids, o recomendado é sempre fazer sexo com preservativos. "É preferível ainda que essa pessoa seja avaliada por um médico - idealmente aquele que iniciou o tratamento - para que dele dê essa permissão", lembra o urologista Ravendra. *(Fonte: Minha Vida - Saúde, Alimentação e Bem-estar)


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