Ninguém disse que educar os filhos era tarefa simples. As crianças estão cada vez mais evoluídas, sobrecarregadas de informações de todos os lados e dar limites sempre foi e será uma grande missão.
Não pise no sofá. Não brigue com sua irmã (o), não faça bagunça. Quantos nãos! Sim, os comandos diários são necessários, porém não podemos apenas nos embasar neles para construir um cidadão preparado para o mundo real.
Educar exige dedicação e para impor limites saudáveis os pais precisam estar presentes emocionalmente também. Presentes na hora de brincar, na hora da alimentação, na hora do estudo e do sono.
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O obvio às vezes não é tão fácil de enxergarmos quando estamos em uma situação viciosa, isto é, educando da maneira como fomos educados. Segundo Rodrigo, pesquisas recentes mostram que hoje as crianças entre 7 e 8 anos, por exemplo, possuem mais informações em sua mente do que um imperador romano na atiguidade. Uma sobrecarga de informação desumana para nós adultos, e muito mais ainda para os pequenos, que precisam de diretrizes dos pais para lidarem com suas emoções de maneira adequada, devido ao gigantesco estimulo que hoje sofrem.
E nesta correria frenética que estamos vivendo, dividindo o tempo entre trabalho, casa e família, muitas mamães acabam se atrapalhando com suas próprias emoções, inseguranças, medos e alegrias, lançando assim mão da tecnologia e de presentes sem data especial ou necessidade, apenas para distrair seus filhos e ganhar tempo para outros afazeres.
O mecanismo de compensação é uma linha muito delicada dentro do relacionamento interpessoal, que começa cedo em casa e será nossa referência mais tarde na vida adulta. As mamães estão muito mais protetoras do que antigamente, as da geração X então, nem se fala. Aquelas que tiveram pais mais severos, hoje querem compensar tudo aquilo que não receberam, dando tudo e mais um pouco aos seus filhos, através de um amor exacerbado e sem saber distinguir a diferença entre opressão e frustração.
As crianças precisam de limites, frustrações e regras, pois se não tiverem esses importantes aprendizados enquanto o seu cérebro está mais propício ao aprendizado, provavelmente não aceitarão isso mais tarde e se tornarão adultos deprimidos, egoístas ou até psicopatas. O mundo real é desafiador, ele nos frustra, nos coloca limites e regras, só que sem o amor de uma mãe ou pai.
Ser mãe, pai ou cuidador é um exercício diário e requer muita inteligência emocional. Confira algumas dicas que podem ajudá-lo nessa missão:
Primeiramente, temos que entender que criança tem que ter horários para tarefas e lazer adequados a sua idade. Estudar e brincar. Ajude seu filho a descobrir algum hobby que goste, sem impor aqueles que você gostava ou queria na sua infância, mas não pôde realizar.
Priorize os seus horários e dos seus filhos - A organização é fundamental para qualquer época da vida, principalmente, na infância. Hoje, é comum vermos crianças estressadas, com pressão alta, obesas ou colesterol alto - doenças essas, que são de fundo emocional - e que muitas vezes são iniciadas por uma vida infantil sem regras.
Alimentação - Regras básicas como horários certos para comer e alimentação saudável devem ser estabelecidas pelos pais, e não pelas crianças. Claro, nada é engessado, quando se trata de aniversários ou datas especiais, desde que combinado antes entre pais e filhos.
Relação Interpessoal - É importante que os pais incentivem os relacionamentos com amiguinhos e familiares da mesma idade. Passeios ao ar livre, contar histórias ou brincadeiras lúdicas são ótimas para estimular a interatividade. Saia um pouco do sedentarismo e da tecnologia que já estão excessivos na vida das crianças.
Tecnologia - O problema nunca foi a tecnologia. Os pais é quem decidem e devem negociar com seus filhos horários de brincar nos games, celulares ou computadores, como também supervisionarem o conteúdo dos mesmos.
Sono - Hoje em dia tem muitas crianças que dormem a hora que querem, na maioria das vezes na cama dos pais ou assistindo TV ou Tablet. Regras são regras e elas são muito pequenos para decidirem o que é melhor para si ainda. A educação é um processo fundamental para criarmos uma sociedade saudável, e que deve acontecer dentro de casa por meio de momentos de amor e limites, na mesma proporção.
*Por Rodrigo Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional - SBie (www.sbie.com.br).