O “Birdnesting” é um desses fenômenos, que já existia, mas foi potencializando nessa pandemia, sendo chamado de “Pandemic Birdnesting”. O psicólogo e especialista em relacionamentos, ansiedade e síndrome do pânico, Alexander Bez, explica: “Ambas as terminologias diz respeito a se ter um rodízio de visita na separação, não diretamente a companhia dos filhos, mas sim em habitar cada pai de uma vez na mesma casa, mesmo estando separados!”.
As habituais segundas casas para as crianças deixam de existir, elas possuem um lar fixo, mantendo suas coisas e itens pessoais no mesmo local e quem faz o rodízio na verdade são os pais, que se locomovem e revezam entre si a cada semana.
“A mentoria parental se dará pelo intermédio de um só pai naquela semana, modificando um pouco a “guarda compartilhada”, alterando profundamente suas propostas e configurações habituais e mudando o padrão”, destaca o Dr. Alexander.
Leia mais:
Grupos no Facebook promovem "inseminação caseira" e geram polêmica nas redes sociais
Multinacional não prova justificava da dispensa e gestor tem demissão por justa causa revertida no Paraná
Suplementação alimentar sem indicação: quais são os riscos à saúde?
Quem levará recompensa de R$ 354 mil por entregar Luigi Mangione
Nos EUA e em alguns países da Europa já é possível observar o aumento dessa prática. Um dos pontos positivos é a preparação da criança para a separação dos pais e, assim, ter menos conflitos por ter uma só casa. Além disso, os filhos se sentem protegidos por continuarem em seus lares de origem, daí o nome “Birdnesting”, ou em português, ninho de nascimento.
Por outro lado, não há muito conforto emocional aos pais, esse conforto é focado aos filhos. Segundo Bez, “No Birdnesting, os pais não podem dividir a mesma casa, ou ficam em casa de algum parente, ou ainda têm uma moradia a mais para ficar na outra semana. Cada pai deve ter sua própria casa!”, ressalta o psicólogo.
A prática é uma etapa transitória e deve ser antes conversada com os filhos para que entendam e saibam o porquê, sem criar demais conflitos. O tempo de duração não é padronizado, principalmente num “Pandemic Birdnesting”, mas de acordo com muitas famílias que o praticam, usualmente até terminar o processo de divórcio, não devendo se estender mais do que 2 anos.