"A plataforma Lattes é mantida pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), pertencente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Trata-se de uma das principais agências de fomento à pesquisa do Brasil e que ultimamente vem sofrendo com graves cortes no seu orçamento, prejudicando a produção de diversas pesquisas e o pagamento de bolsas para milhares de pesquisadores do país”, critica o professor de educação física André Ulian Dall Evedove, doutorando em saúde coletiva na UEL (Universidade Estadual de Londrina).
Sobre a política de incentivo à pesquisa científica, o pesquisador entende que a pandemia poderia ser a oportunidade para o governo valorizar a pesquisa científica brasileira, por meio do desenvolvimento de pesquisas para monitoramento e produção de vacinas contra o vírus.
"Entretanto, acredito que a valorização da ciência não seja uma das prioridades desse governo. Por exemplo, tem saído na imprensa um possível aumento de R$ 2 bilhões para R$ 4 bilhões (de acordo com que o presidente falou que vai aprovar) de recursos públicos para o financiamento de campanhas eleitorais em 2022. Será que esse valor não seria mais bem investido no fomento à pesquisa? Esse ano o CNPq completou 70 anos e o que a agência ganhou de presente? O maior corte do século 21 no seu orçamento.”
Leia mais:
Câmara aprova proibição de celulares em escolas do país
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Paraná pode ter 95 colégios dentro do programa Parceiro da Escola a partir de 2025
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o CNPq tem em 2021 o menor orçamento pelo menos desde 2012, mesmo em valores nominais. A dotação atualizada do órgão para este ano é de R$ 1,2 bilhão. Entre 2013 e 2015, por exemplo, o orçamento executado superou os R$ 2 bilhões.
O pesquisador acrescenta que a principal dificuldade enfrentada por ele, assim como por todos os estudantes de pós-graduação que recebem bolsas de estudo, são os valores desatualizados. "Desde 2013 não há reajustes nesses valores. No geral, quem faz mestrado recebe uma bolsa de R$ 1.500 por mês, enquanto que o de doutorado recebe R$ 2.200”, pontua.
De acordo com a Agência Nacional de Pós-Graduação, se as bolsas fossem corrigidas apenas pela inflação e correção monetária, os valores das bolsas seriam de R$ 3.555,35 e R$ 5.437,61, respectivamente.
Leia mais em: https://www.folhadelondrina.com.br/geral/apagao-do-lattes-e-alvo-de-criticas-3094089e.html