Uma equipe de pesquisadores brasileiros, com participação de astrônomos da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), anuncia mais uma descoberta no Sistema Solar. Trata-se de um segundo anel ao redor do objeto Transnetuniano Quaoar. A pesquisa é liderada pelo pesquisador Chrystian Luciano Pereira, mestre pela UTFPR e doutorando do Observatório Nacional (RJ), sob orientação do professor do Campus Curitiba, Felipe Braga Ribas.
O artigo ‘The two rings of (50000) Quaoar’ foi publicado pela revista Astronomy & Astrophysics Letters em abril. Em fevereiro deste ano, a equipe já havia divulgado na Revista Nature o primeiro anel ao redor de Quaoar e que ele, assim como esse novo anel descoberto, fica além do limite de Roche – contrariando uma teoria do século 19, quando Edouard Roche constatou, em 1948, que existe uma distância para que um corpo se mantenha coeso, sem se desintegrar devido às forças de maré, causada pela atração gravitacional; teoria que ficou conhecida como ‘Limite de Roche’.
Diferente dos anéis observados em Chariklo, Haumea e nos quatro planetas gigantes, o anel de Quaoar se encontra em uma região inesperada, muito além do Limite de Roche para o corpo (para Quaoar, esse limite é estimado em 1.780 km do centro do corpo). O Limite de Roche é uma região em que as forças de maré do corpo central estão em equilíbrio com a atração mútua das partículas que compõem um anel, impedindo então a acreção dessas partículas em satélites. Outra propriedade interessante e não usual do anel de Quaoar é a variabilidade na sua largura e opacidade, sendo muito estreito e denso em uma região, enquanto tênue e extenso em outra.
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