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Enem:

Bom uso do português será diferencial na redação, diz professor

Mariana Tokarnia
Agência Brasil
02 nov 2018 às 17:56

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- Wilson Dias/Agência Brasil
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A prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deverá ser mais exigente este ano, e os estudantes deverão estar atentos, sobretudo ao uso da língua portuguesa, segundo o coordenador pedagógico do Vetor Vestibulares, Rubens César Carnevale, que foi corretor da redação do Enem por três anos seguidos, de 2014 a 2016.

"O que aparece na correção do Enem é a gramática instrumental. O aluno tem que ser usuário do idioma. Não precisa ser especialista, não tem que saber nomenclatura, mas tem que saber usar", diz.

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Neste domingo (4), os 5,5 milhões inscritos no Enem farão as provas de linguagem, ciências humanas e redação. Terão para isso, o tempo de 5 horas e 30 minutos. O Enem continua no dia 11 de novembro, com as provas de ciências da natureza e matemática.

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O rigor da correção, segundo o professor, tem aumentado a cada ano. Em 2018, a previsão é que os corretores estejam mais exigentes, principalmente em relação ao uso da língua portuguesa. Pelo menos duas competências das cinco avaliadas no Enem cobram explicitamente o idioma.

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"O Enem tem aperfeiçoado o método de correção. Não tem mais a expectativa de que aconteça o que ocorreu há quatro anos, quando alunos colocavam receitas ou hinos e tiravam nota. A expectativa não é mais essa. O treinamento dos corretores está mais rigoroso. Vai ter treinamento depois da prova. Isso é feito em todas as bancas de vestibular", afirmou.


Para ir bem na prova, o professor dá algumas dicas, como fazer um rascunho com os principais tópicos que pretende abordar no texto. Além disso, dar atenção ao primeiro parágrafo porque ele vai definir o estilo e a linha de discurso: "O melhor é já causar uma boa primeira impressão".

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Se o tema for polêmico, Carnevale recomenda que os estudantes coloquem a visão contrária para que o avaliador entenda que o autor da dissertação compreende o panorama completo. Apesar disso, ressalta: "O texto deve ter uma conclusão clara e, embora seja possível listar outros pontos de vista na redação, não deve haver dúvida sobre a mensagem que o autor do texto pretende passar".


Na proposta de intervenção, exigida no texto, o estudante deve deixar claro alguns elementos, primeiro, o agente, que é quem vai tomar a medida; a ação necessária; depois o meio para que seja executada e a finalidade da intervenção. Desde o ano passado, desrespeito aos direitos humanos não é mais motivo para zerar a redação inteira, mas, ainda poderá zerar uma das competências, resultando em perda de 200 pontos.

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Capacitação


Em 2018, a correção será de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O preparo dos corretores começou em agosto. Segundo a FGV, todos os supervisores e avaliadores de redação do Enem passaram por uma capacitação a distância por cerca de um mês. A seleção dos melhores foi baseada em uma série de avaliações realizadas ao longo desse curso.

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Além da capacitação a distância, os avaliadores também participarão, nos dias 24 e 25 de novembro, de uma capacitação presencial. Antes do início da correção efetiva, eles passam ainda por um pré-teste.


Durante a correção efetiva, que começará no dia 28 de novembro, os supervisores e coordenadores acompanham diariamente o desempenho dos avaliadores por meio de relatórios gerados pelo software de correção, com números em tempo real, para que os alinhamentos ocorram de forma rápida, sem prejuízos aos participantes.

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Correção


Os textos serão avaliados por, pelo menos, dois professores, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A redação será avaliada considerando-se cinco competências. Para cada uma delas, os avaliadores darão uma nota de 0 a 200. A soma desses pontos comporá a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 1 mil pontos.

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A nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.


Caso as notas atribuídas individualmente pelos avaliadores tiverem uma diferença de mais de 100 pontos, ou a nota de qualquer uma das competências tiver uma diferença de mais de 80 pontos, a redação passará por um terceiro avaliador. Nesse caso, a nota final será a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximarem.


Se a diferença continuar depois da terceira avaliação, a redação será avaliada por uma banca presencial composta por três professores, que atribuirá a nota final do participante.


Competências


As competências avaliadas nas redações são:


Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.


Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.


Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.


Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos.


Redação nota zero


As redações do Enem receberão a nota zero nos seguintes casos:


Fuga total ao tema;


Não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa;


Caso tenham até sete linhas, tamanho considerado insuficiente;


Cópia integral de um ou mais textos motivadores da Proposta de Redação e/ou de textos motivadores apresentados no Caderno de Questões;


Impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, tais como números ou sinais gráficos fora do texto;


Parte deliberadamente desconectada do tema proposto;


Assinatura, nome, apelido ou rubrica fora do local devidamente designado para a assinatura do participante;


Texto predominantemente em língua estrangeira;


Folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho.

Mais detalhes e exemplos de redações de edições anteriores podem ser acessadas na Cartilha do Participante.


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