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Do Campo à Mesa: entenda a importância da segurança alimentar no combate às desigualdades

Débora Mantovani - Estagiária*
29 jul 2021 às 15:36
- Arquivo pessoal
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"Nosso interesse é realmente que todos tenham condições de ter o seu próprio alimento, pelo menos esse produzido no fundo do quintal”. Assim a professora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Fernanda Pinto Ferreira define um dos principais estandartes do Projeto Hortaliças Seguras: Do Campo à Mesa, do qual é coordenadora: a segurança alimentar.


Protocolado há cerca de um ano e meio como projeto de extensão pela Universidade, muitas das ações da iniciativa já vinham sendo realizadas desde 2013. "O projeto é interdisciplinar, nós temos alunos e professores da Nutrição, da Medicina Veterinária, Agronomia, Zootecnia, Ciências Sociais, Física”, conta. "Além de alunos da graduação, nós temos docentes e alunos da pós-graduação, de mestrado, doutorado, todos eles engajados no Do Campo à Mesa”.

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Arquivo pessoal
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Neste dia 30 de julho, o projeto fará uma ação no Jardim São Jorge, na Zona Norte de Londrina. "Essa visita vai ser feita em parceria com a Igreja Presbiteriana Central do Polo Leonor”, explica a professora. "Vamos visitar essas famílias, fazer um dia a campo mesmo, explicando como fazer sua hortinha no fundo do quintal, quais os cuidados que se deve ter com esses vegetais e, também, falando da parte de educação e saúde”, descreve.

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Durante o dia de campo, Fernanda apresenta que também vão demonstrar como fazer a higienização do alimento de forma adequada. Tudo para poder reduzir o risco de contaminação. E, também, possibilitar que esses alimentos estejam disponíveis para a população carente. A professora contou que o "Do Campo à Mesa" conseguiu mil mudas de vegetais, que foram doadas por parceiros do projeto e que serão disponibilizadas a essas famílias na ação. "Recebemos doação da Chácara Carneiro e do Valdecir Paschoal, do Móveis Brasília."

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A professora usa a ocasião para anunciar que outras comunidades de Londrina que também tenham interesse em receber a colaboração do Projeto podem entrar em contato com ela, pelo e-mail [email protected], ou conferir as redes sociais do projeto, o Instagram (aqui) e o Facebook (aqui).


"Já fizemos também contato com uma ONG (Organização não governamental) que atende o Jardim Flores do Campo, que também é uma comunidade carente. Mas, estamos disponíveis para atender às demais regiões de Londrina”, oferece. "Os bairros em geral, mas principalmente os mais carentes, se tiverem interesse em receber a nossa visita para fazer um dia, uma tarde a campo, é só entrar em contato com o projeto, que nós verificamos a disponibilidade e tentamos conseguir mais doações para fazer essas ações”, explica.

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Segurança alimentar e dos alimentos: Qual é a diferença? - Para explicar os conceitos, a professora conta um pouco da história da iniciativa. "Começou como projeto de pesquisa”, conta. Quando ela ainda era residente no Laboratório de Zoonoses e Saúde Pública, começou a pesquisar parasitas em vegetais. "Eu percebi que havia uma grande contaminação desses produtos. Desde então, quando visitava as propriedades, conversava com os horticultores e falava de alguns pontos de contaminação que eles precisavam trabalhar para poder evitar essa contaminação do alimento, do produto final”.


Ela apresenta que, assim, a iniciativa já se caracterizava como um trabalho de extensão, mesmo antes de ser um projeto protocolado. "Hoje, é um projeto interdisciplinar, tem profissionais de várias áreas. O objetivo é levar segurança alimentar e segurança dos alimentos”, esclarece.

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Arquivo pessoal
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Esses são os dois pilares que motivam o projeto. A professora conta o que cada um quer dizer. "Segurança alimentar significa disponibilizar alimentos para uma população, é fazer com que todos tenham acesso aos alimentos”, conceitua. "Segurança dos alimentos é trabalhar com os horticultores, ou mesmo com quem tenha uma horta doméstica, para fazer com que esses alimentos produzidos tenham uma segurança, não tenham nenhum tipo de contaminante e não ofereçam riscos à saúde humana”, diferencia. Esses dois pontos serão trabalhados neste dia 30 de julho, na ação com os moradores do Jardim São Jorge.


"É um trabalho de educação e saúde, explicamos o que deve ser feito e o que não pode para que os alimentos sejam produzidos de forma segura”, acrescenta. E os objetivos do projeto não poderiam vir em melhor hora: mais de 125 milhões de brasileiros sofreram com algum grau de insegurança alimentar na pandemia de Covid-19, de acordo com levantamento divulgado em abril de 2021 pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, com sede na Universidade Livre de Berlim. O número corresponde a mais da metade da população do país, 59,3% dos brasileiros.

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Para a pesquisa, se os entrevistados respondessem "sim” para perguntas como: ‘Nos últimos três meses, os moradores tiveram preocupação que os alimentos acabassem antes de poderem comprar ou receber mais comida?’, eles já estavam vivendo um grau de insegurança alimentar. Os pesquisadores consideraram essas preocupações como a presença psicológica da fome, ainda que esta não esteja materializada.


Como a segurança dos alimentos ajuda a enfrentar a insegurança alimentar - Fernanda destaca que, quanto mais informações forem disponibilizadas sobre como ter a própria horta e fazer a higienização correta desses alimentos, o acesso à alimentação se torna mais democratizado. Para disseminar esses conhecimentos, o "Do Campo à Mesa" conseguiu firmar uma parceria com a Secretaria de Educação de Londrina, após ser protocolado como projeto de extensão. "Infelizmente, não conseguimos fazer um trabalho, ainda, de forma presencial, por conta da pandemia mesmo”, pontua. A ideia é ensinar às crianças da Rede Municipal sobre como ter uma horta em casa.

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"Mas estamos pensando em entrar em contato e tentar fazer algum trabalho, mesmo que de forma remota”, explica. "O intuito inicial era fazer visitas, palestras mesmo, sobre educação sanitária, como fazer uma higienização dos alimentos e até explicar essa parte de horticultura para eles”. Quando os pedidos documentais junto à Secretaria foram feitos, a pandemia já havia começado, por isso o Projeto ainda não pôde ser levado às escolas. "Nós faríamos o mesmo que fazemos com a população adulta, porque sabemos que as crianças são disseminadoras de informação. Se trabalhar nas crianças, com certeza teremos adultos já com esse conhecimento”, espera.


Além dessa parceria, o projeto tem usado as redes sociais regularmente, ao longo da pandemia, para disseminar essas informações para a população em geral. "Também utilizamos o WhatsApp, enviando mensagens de educação e saúde, mensagens técnicas para 400 horticultores cadastrados. Nós temos parceria com a Secretaria da Agricultura e acompanhamos as hortas comunitárias de Londrina”, descreve. Ela reitera que quaisquer comunidades e horticultores da cidade que queiram também receber mais informações podem entrar em contato com o "Do Campo à Mesa".

*Sob supervisão de Fernanda Circhia


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