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Após vídeo viral

Em ato público, alunos protestam contra suspeita de pressão em colégio de Sarandi

Luís Fernando Wiltemburg - Redação Bonde
01 set 2023 às 17:52

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- Arquivo pessoal
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Alunos do Ensino Médio das escolas de Sarandi promoveram uma manifestação contra o governo do Estado na quarta-feira (30) para protestar contra o Novo Ensino Médio e contra uma possível opressão exercida sobre o Colégio Estadual Jardim Panorama. A data coincide com a do massacre de professores em Curitiba, em 1988, que é recordado por ações dos docentes do Paraná em todos os anos.


A escola estadual entrou em evidência desde que alunos, em uma atividade avaliativa de Artes, fizeram um vídeo ironizando as más condições de infraestrutura do colégio. A gravação viralizou nas redes sociais e, desde então, servidores da Seed (Secretaria Estadual de Educaçã) e da Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional) passaram a fazer seguidas inspeções administrativas.

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Um vídeo feito por alunos sobre as condições do Colégio Estadual Jardim Panorama, em Sarandi (Região Metropo


Em frente à escola estadual, alunos carregaram cartazes e gritavam palavras de ordem a favor da revogação do Novo Ensino Médio e contra a ação da pasta de Educação. “Fizemos o ato [de quarta-feira] em razão da posição que o Núcleo [Regional de Ensino] tomou ao ver o vídeo de denúncia que alunos do [colégio jardim] Panorama fizeram. Era um trabalho escolar de tema livre, quando os alunos viram a situação da escola, resolveram mostrar a  realidade. Ao invés de o Núcleo ver esse video e tomar uma ação, de oferecer condições pra mudar isso, eles resolveram reprimir, fazer pressão em cima dos alunos. Foram um dia no colégio, chamaram os alunos sem consentimento dos pais, a pressão que eles fizeram levou um aluno a desmaiar. Começaram a cair em cima da direção da escola”, relatam membros do Comitê Revoga N.E.M./Sarandi-PR, que organizaram o ato - o coletivo é composto por 15 estudantes.

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Os alunos ressaltam a liberdade de poderem expressar suas opiniões e consideram que a inquirição aos estudantes foi uma tentativa de censurá-los. “Nós repudiamos essa ação e, mesmo depois de isso ter tomado repercussão, o Núcleo não se explicou, muito menos pediu desculpas para os alunos pelo o ocorrido”, defendem. 



Segundo os organizadores, o objetivo do protesto era lutar pela liberdade de expressão. “E mostrar que vamos, sim, lutar pelos nossos direitos e também denunciar essa ação vergonhosa que o Núcleo Regional de Maringá tomou”, argumentam.

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A Seed (Secretaria Estadual de Educação) voltou a sustentar, em comunicado oficial, que “considera importante a iniciativa dos alunos, em termos de exercício de cidadania dentro da atividade proposta e defende a liberdade de expressão dos mesmos”.


Suspeita de perseguição e 'equívoco'

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As suspeitas de pressão por parte da Seed e do Fundepar surgiram logo após o vídeo dos alunos viralizar devido às constantes visitas de avaliação e fiscalização. Embora sejam voltadas para a direção da escola, os alunos autores do video foram chamados para uma oitiva, que chegou a provocar uma crise em um deles.


Na segunda-feira (28), deputados estaduais do bloco PT-PDT, de oposição ao governo, cobraram do governador Ratinho Junior (PSD) apuração e providências em relação às suspeitas de perseguição contra alunos e professores do Colégio Jardim Panorama.


A Seed informou, por meio de nota, que a visita de 22 de agosto (quando o estudante passou mal) de servidores da pasta e do NRE de Maringá foi técnica e protocolar e que é regular em todas as escolas do Paraná. “Para realizar tais avaliações, as equipes técnicas fazem oitivas de toda a comunidade escolar (alunos, professores, gestores e colaboradores), para levantar dados referentes a múltiplos assuntos (ex. frequência escolar, aplicação de recursos repassados pelo estado, entre outros)”, justifica o comunicado.


Entretanto, diante da repercussão do vídeo dos alunos, teria havido “um equívoco” no momento da inspeção. “Por interpretarem que tal visita seria decorrente da atividade, como eventual forma de questionamento da mesma, alguns membros da comunidade escolar manifestaram-se, afirmando que o motivo da visita seria punir, de alguma forma, os estudantes: suposição, portanto, errônea”, afirma a nota.


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