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“Enem 2021 retrata o desestímulo de uma geração”, avalia professora

Redação Bonde com Agência Educa Mais Brasil
14 fev 2022 às 12:21

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As notas finais dos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foram divulgadas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), na última quarta-feira (09). A divulgação estava prevista para a próxima sexta, mas foi antecipada e já pode ser consultada na Página do Participante.


A consulta é feita por meio de login único da plataforma gov.br. Caso o participante não lembre a senha da conta cadastrada, é possível recuperá-la: basta acessar a página acesso.gov.br, digitar o CPF e clicar em “Avançar”. Em seguida, clicar em “Esqueci minha senha”, selecionar uma das formas de recuperação (por meio do aplicativo Meu gov.br, dos bancos credenciados, do Internet Banking de bancos conveniados, por e-mail ou por mensagem de texto – SMS), preencher os campos solicitados e gerar uma nova senha. 

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O Enem é requisito para quem deseja pleitear uma vaga nos programas estudantis do governo, que usam a nota da prova como critério de seleção Sisu (Sistema de Seleção Unificada), Programa Universidade para Todos) e Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). No entanto, apesar da importância desse exame que é considerado o maior vestibular do país, o número de faltosos no Enem 2021 chamou a atenção de professores. 

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Quase 70% dos estudantes inscritos para fazer a prova de reaplicação no dia 16 de janeiro não compareceram. Conforme o MEC (Ministério da Educação), dos 280.146 isentos da taxa de inscrição que faltaram ao Enem 2020 e se inscreveram, em setembro, após reabertura do prazo, somente 66.728 (23,8%) compareceram. 


Na avaliação da professora de redação Carol Silveira, existem dois possíveis motivos para o alto índice de estudantes isentos da taxa de inscrição que não compareceram ao exame. O primeiro, segundo a docente, está ligado ao processo cultural de algumas pessoas faltarem aos compromissos que não lhe custaram dinheiro. “Falo como alguém que tem empresa, que trabalha no setor de educação, que faz eventos. Por experiência, digo que se eu cobrar R$2 em um evento as pessoas vão, mas se eu disser que é gratuito... se a gente tem, por exemplo, 300 inscritos, vão 150. Então temos esse processo cultural de ir por causa do custo”, exemplifica.


Outro determinante, na opinião da profissional, refere-se ao desestímulo dos estudantes. Para a professora, a reaplicação foi uma tentativa frustrada, e para explicar seu argumento ela compara com o adiamento do Enem da edição anterior. “O que se imaginou desde 2020, com o adiamento do Enem, é que iria adiar a prova para esperar a rede pública voltar às atividades e os alunos conseguirem acompanhar as aulas. A escola particular se adaptou às aulas remotas, só que não houve nenhum tipo de estruturação na rede pública, então aquele adiamento do Enem foi terrível porque complicou todos os calendários e não teve o “pé-de-igualdade” que tinha como proposta. Acho que acontece exatamente isso com essa reaplicação do Enem 2021 porque o ensino na rede pública no ano passado não funcionou de maneira adequada, então acredito que há um processo de desestímulo muito grande de uma geração, de uma massa estudantil pobre, periférica e que não teve acesso à educação”, justifica a professora.

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