Com as restrições de deslocamento e de contato social impostos pela pandemia de Covid-19, setores indispensáveis precisaram passar por adaptações. Uma das mais significativas ocorreu na educação, que teve que adotar o modelo de EAD (ensino a distância) em praticamente todas as modalidades de educação - desde treinamentos básicos a mestrados e doutorados.
Apesar de apresentarem, na média, desempenho pior do que os cursos presenciais, os cursos a distância trazem opções de ensino viáveis para alunos que necessitam trabalhar e estudar ao mesmo tempo e para pessoas que necessitam compartimentar ou flexibilizar os horários de estudo.
“A EAD se encaixa perfeitamente como solução para a realidade atual devido a sua flexibilidade, aos diversos meios de transmissão de conteúdo (vídeos, textos, aplicativos, jogos), aos canais de comunicação existentes, além de beneficiar os diferentes tipos de aprendizagens”, pontua Fábia Kátia Moreira, consultora de EAD e tecnologia internacional que atua na área há mais de 25 anos.
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Ela frisa que, “diante da pandemia da covid-19, mesmo as instituições mais tradicionais e resistentes à EAD estão lançando mão dessa modalidade, senão para oferecer novas possibilidades de aprendizagem aos estudantes, ao menos para garantir o cumprimento dos duzentos dias letivos exigidos em lei”.
Qualidade de vida
Para a psicóloga e estudante de pós-graduação em Gestão de Pessoas Jaqueline Oliveira, o EAD promove qualidade de vida por eliminar a necessidade de deslocamento. “Me ajudou muito pela questão de flexibilidade de horários. Tenho uma vida muito corrida e moro em uma área que faz com que eu precise ficar em transporte público por, no mínimo, 1h30 antes de chegar na instituição de ensino. Ganhei qualidade de vida e me adaptei à didática. Acredito que não quero mais fazer ensino presencial”, comentou.
Um levantamento feito pela Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância) aponta que tanto a procura quanto a oferta por cursos EAD tiveram aumento substancial de 2020 a 2021, e que, mesmo com a situação criada pela pandemia, o mercado tende a se consolidar mesmo após o término das restrições sanitárias.
As características do EAD, entretanto, também trazem dificuldades. Entre elas, o aumento da inadimplência e da evasão escolar. Os dados coletados pela Abed mostram que para 21,6% dos cursos EAD oferecidos a inadimplência cresceu em até 50%. A evasão escolar também é maior via EAD - para 27,5% dos cursos analisados a evasão aumentou em até 50%.
Dos alunos entrevistados e que estão inadimplentes, 70% responsabilizaram a crise econômica criada pela pandemia como motivo para suspender os pagamentos de mensalidades, enquanto 47,1% disseram ter dificuldades de adaptação ao ensino remoto emergencial.
Dia Nacional do EAD
Instituído em 2003 pela Abed, o dia 27 de novembro marca a celebração do ensino a distância como ferramenta de educação e democratização do conhecimento.