Mãe de Laura, 9 anos e de Rafaela, 7, a advogada Liliam Cristina Perez Alves de Souza consegue entender os dois lados de um grande imbróglio que se instalou com a pandemia. " Esperamos até aqui pela vacina e reflito sobre o que mudou em comparação com o ano passado. Diria que nada. Pelo contrário, pessoas próximas a mim hoje estão doentes. Por outro lado, penso também quais são as consequências psicológicas e cognitivas do isolamento social prolongado e do uso excessivo de eletrônicos para as crianças”.
Os números de novos casos da doença em Londrina estão no mais alto patamar desde o início dos registros ao mesmo tempo em que o clamor por reativar a educação presencial nas escolas também atingiu o pico nas primeiras semanas desde o início do ano, com protestos de pais e muita pressão nas redes sociais. Enquanto a troca de argumentos esquenta e a indefinição permanece, as famílias tentam prever o desfecho do debate.
No universo do ensino privado, a sensação é que o marco da retomada seria o anúncio do retorno das aulas presenciais na rede municipal, ainda imprevisível. Para garantir a legalidade da reabertura das escolas, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Norte do Paraná (Sinepe/NPR) tenta reverter decisão desfavorável no Tribunal de Justiça do Paraná. Em outubro, uma liminar garantiu a permissão de funcionamento de 84 unidades no município. No mês seguinte, a liminar foi cassada e as escolas voltaram a ficar vazias.
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O Sinepe também luta no campo político e pressiona a administração municipal. Além das manifestações articuladas com os pais e que movimentaram o Centro Cívico nas últimas semanas, a entidade impetrou nesta quarta-feira na Secretaria Municipal de Saúde um ofício solicitando um retorno gradual, que seria concluído no começo de março. "Evidentemente que com os protocolos de distanciamento, a maioria das turmas seria forçada a rodízios e ao ensino híbrido”, lembra o presidente do Sinepe NPR, Auderi Ferraresi.