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Vitória

Haitiana que sobreviveu a terremoto conquista vaga na UFPR

Reportagem Local
27 jan 2024 às 16:21

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- Carlos Rocha/Divulgação UFPR
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A perseverança e a fé têm sido a bússola da vida de Ruthmaie Eugène, uma jovem haitiana de 20 anos que, após superar o catastrófico terremoto que abalou o Haiti, em janeiro de 2010, conquistou uma vaga no curso de Fisioterapia na UFPR (Universidade Federal do Paraná), em seu primeiro vestibular e por meio das cotas raciais. O resultado foi divulgado no dia 17.


Ruthmaie foi testemunha dos fortes tremores que devastaram sua terra natal quando tinha apenas 7 anos. Contrariando todas as sombrias estatísticas que dizimaram parte da população do seu país, Ruthmaie não perdeu entes queridos com a tragédia, nem bens materiais. A jovem atribui essa sorte à força de sua fé e da sua família. “Eu estava brincando de pega-pega com as vizinhas, aí começou a tremer, eu corri em direção à minha casa, minha mãe estava dizendo aleluia, aleluia, porque nossa casa estava de pé.”

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Maie, como é carinhosamente chamada por colegas e amigos, chegou ao Brasil em 2016, com 13 anos, um ano após o seu pai já ter imigrado em busca de um futuro promissor e melhores condições de vida para a família. Ela iniciou sua jornada na cidade de São Paulo. Seus pais, que eram professores no Haiti, passaram a desempenhar outros papéis na capital paulista: o pai, Wilner Eugène, como pedreiro, e a mãe, Assefie Eugène Romulus, dedicando-se ao trabalho de dona de casa.


Em busca de apoio, amizades e integração na nova morada, ela passou a frequentar Igrejas locais e matriculou-se em uma escola estadual. Paralelamente aos estudos, Maie integrou o projeto Marista Escola Social Irmão Justino, ao qual atribui parte de sua formação e se refere com muito carinho e gratidão. “Eu fui convidada a fazer parte do projeto por meio de uma peça de teatro que vi na escola, a pessoa da peça tinha a mesma cor e cultura que eu, penteava o cabelo como eu, tinha o mesmo jeito que eu; me emocionei e me reconheci ali”. Mais tarde, Maie tornou-se menor aprendiz na instituição.


Foi diante do impacto do terremoto no Haiti que Maie despertou seu interesse pela área da saúde. Inicialmente, almejava seguir a Medicina com o desejo de se tornar cirurgiã. “Eu gosto de ajudar pessoas, colaborar na recuperação delas; tudo que eu aprendo eu gosto de compartilhar, gosto de passar adiante, essa sou eu”.


CONTINUE LENDO NA FOLHA DE LONDRINA.


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