Você conhece o Gamellito? Ele é um alienígena com problemas de saúde que pede ajuda a crianças da Terra. Na verdade, é o personagem de um jogo e, na interação com ele, as crianças aprendem sobre o diabetes tipo 1.
No último dia 14, o jogo ficou em segundo lugar no Games for Change América Latina, evento que premiou games de impacto com os melhores propósitos nas áreas de saúde e educação. O alienígena vem colecionando prêmios internacionais.
Em 2017 ganhou três prêmios no Games for Health/USA em Utah (EUA), nas categorias de Melhor Game para Doenças Crônicas, Melhor Vídeo de Game e Melhor Game na escolha do público. Em 2019, foi escolhido uma das cinco melhores tecnologias no Diabetes Inovattion Challenge, promovido pelo Sitec (Simpósio Internacional de Tecnologias em Diabetes), em São Paulo, e ficou em terceiro lugar.
Leia mais:
APP-Sindicato questiona equidade no programa Parceiro da Escola em Londrina
Estudo sugere que consumo de chocolate amargo está ligado à redução no risco de diabetes tipo 2
Projeto da UEL com materiais biodegradáveis é contemplado em edital da Finep
UEL publica informativo que mostra seu papel no desenvolvimento de Londrina
O nascimento - O Dm1 (Diabetes tipo 1) é uma realidade crescente de milhares de crianças e adolescentes. Números de 2020 falam em 1,1 milhão de crianças e adolescentes com a doença, só no Brasil. O tratamento evoluiu muito e atualmente implantar essas mudanças não é mais tão complicado.
No entanto, requer aceitação do diagnóstico, aquisição de conhecimentos adequados e execução disciplinada e correta desta rotina de cuidados orientado por uma equipe especializada, ou seja, é preciso haver adesão ao tratamento.
Para contribuir nesse cenário, a psicóloga Vania Vargas, que atende no Aehu (Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), recorreu a várias parcerias: professores Rosane Martins (Departamento de Design/Ceca - Centro de Educação, Comunicação e Artes); Alan Salviani (Departamento de Ciência da Computação/CCE - Centro de Ciências Exatas); a start up Coffee’n’Coffee, incubada na Aintec, composta pelos ex-alunos da UEL, Antonio Barizon, Renato Macri, Daya Nakano e Cindy Amano (Design), Gisele Santos (Educação Física), Carla Tono (Arquitetura); o jornalista e escritor Flavio Lanaro; o produtor cultural Guilherme Peraro; os estudantes Ingrid Gabriel e Ana Beatriz Feneda (Psicologia); a equipe do Plantão Sorriso; e Thiago Daniel, ator mirim.
Deste grupo nasceu o Gamellito. Através dele, as crianças passaram do papel de “quem é cuidado” para o papel ativo de quem cuida de seu amigo no game. “No Gamellito Adventures elas podem observar virtualmente, as consequências de suas ações e escolhas para o personagem e por extensão espera-se que possam aprender, aprimorar sua performance e relacionar essa experiência com a vida real, evitando assim, que elas mesmas experimentem situações difíceis que poderiam ser evitadas”, conta Vânia Vargas.
Das telas para o mundo físico - De acordo com a psicóloga, para ajudar as crianças em seu tratamento, aproveitando o período de internação, entre as próximas atividades do Projeto Gamellito está instituir o protocolo de Hospital Amigo do Diabetes, começando na pediatria do HU, com uma experiência piloto de treinamento da equipe para uso das ferramentas do projeto.
Nesse sentido, já foram realizadas algumas reuniões com a equipe da Pediatria para apresentar o projeto, e o material está sendo preparado para a implantação. Além disso, os voluntários participantes estão editando um livro baseado no roteiro da Novelinha do Gamellito e produzindo mais capítulos para que essa história continue e ajude mais crianças a conviver com o DM1.
O jogo está disponível para download gratuito na Playstore (baixe neste link) e os resultados de sua utilização foram tema de pesquisa de Doutorado de Vania Vargas. "O game é uma das poucas ferramentas que representam as crianças com Dm1, auxilia os profissionais a falarem com os pacientes sobre o tema e que favorece a elaboração de dúvidas e a expressão de sentimentos das crianças nos atendimentos”, avalia a psicóloga.