Uma equipe de 20 pessoas formada por médicos, residentes e estudantes de Medicina da UEM (Universidade Estadual de maringá) iniciou a implantação do projeto Autópsia Minimamente Invasiva no HUM (Hospital Universitário Regional de Maringá), em pacientes vitimados pela Covid-19. Ao todo foram feitas 48 autópsias. Para fazer o procedimento há necessidade do consentimento dos familiares.
A técnica consiste na coleta de tecidos dos órgãos-alvos por meio de pequenas incisões na pele com uma agulha de punção. Neste caso não há necessidade de abertura do corpo, como no procedimento convencional.
“Essa é uma modalidade de autópsia que possibilita a oportunidade de estudar com detalhes e analisar as alterações de uma doença, como a Covid-19. Ela também ajuda a entender o óbito por diagnósticos que não foram esclarecidos em vida”, explica Ana Gabriela Strang, uma das médicas responsáveis pela iniciativa.
Leia mais:
Câmara aprova proibição de celulares em escolas do país
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Paraná pode ter 95 colégios dentro do programa Parceiro da Escola a partir de 2025
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Para a implantação deste serviço, a equipe do HUM participou de um treinamento com profissionais da USP (Universidade de São Paulo) especializada e referência neste tipo de procedimento, que possui protocolos validados de eficiência semelhante à autópsia convencional.
O controle de qualidade das amostras coletadas foi feito no laboratório de patologia básica da UEM e confirmado pelo grupo de São Paulo. As autópsias aconteceram entre novembro de 2020 e maio de 2021 e o material coletado ainda está sendo analisado. A partir das amostras, várias outras propostas de estudos poderão ser feitos durante os próximos anos, aumentando o conhecimento sobre como a doença evolui e poderá ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos.
A intenção dos pesquisadores é manter o estudo e usar o procedimento para avaliar mortes infantis e neonatais das mais diversas etiologias, além de seguir a investigação relacionada ao próprio Sars-CoV-2, pois ainda não se sabe como a doença evoluirá nos próximos anos. Nesse caso, as amostras coletadas no HUM poderão servir de base para outros trabalhos e estudos.
Pioneirismo
O Hospital Universitário foi a primeira instituição do Sul do País a
fazer esse tipo de procedimento. A iniciativa faz parte de um projeto de
pesquisa e os resultados serão publicados ainda neste ano, em
periódicos científicos.
“Há poucas publicações feitas com essa técnica em pacientes com Covid-19. Os procedimentos foram feitos antes do período de vacinação e naquele momento ninguém estava utilizando esse recurso no sul do Brasil”, afirma Ana Gabriela.
Hospital