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Covid-19

Pandemia afeta estudantes londrinenses que estão fora do Brasil

Giulia Vibosi - Estagiária*
23 mar 2020 às 18:31
- Arquivo pessoal
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Para muitos jovens, morar em outro país é uma grande oportunidade de aprendizado. Seja para quem está cursando uma faculdade ou para quem já busca outras especializações. A oportunidade de estudar fora é realidade de alguns estudantes de Londrina que estão tendo, tiveram ou vão ter a chance de viver outras culturas e aprender mais sobre suas áreas de atuação ou, até mesmo, descobrir novos interesses. Infelizmente, o sonho desses estudantes foi interrompido pelo crescimento dos casos do novo coronavírus em todo o mundo.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, até esta segunda-feira (23) são 372.563 casos confirmados e mais de 16 mil mortes causados pelo vírus em todo o mundo. Mesmo com medidas para evitar a proliferação da doença, a universidade americana diz que a Covid-19 já se espalhou por 168 países ou territórios. A China, país onde surgiu o vírus, lidera o ranking com mais de 81,4 mil casos confirmados.

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Na Itália, são quase 64 mil casos da Covid-19. Para desacelerar o crescimento dos contágios, o primeiro ministro Giuseppe Conte decidiu fechar todas as indústrias e empresas que não sejam essenciais para o país e também proibiu a circulação entre cidades, caso não sejam situações de urgência.

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Além disso, para os italianos saírem de casa é preciso que tenham uma justificativa válida, isso porque segundo as regras de isolamento que o país enfrenta, é obrigatório andar com uma declaração na rua. O recém-formado em jornalismo Mateus Reginato (23), que está morando atualmente em Turim, sabe bem como essa rotina é diferente da que tinha em Londrina.

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A cidade com quase 900 mil habitantes fica localizada no noroeste da Itália e, assim como o resto do país, também está tentando garantir que toda a população fique em casa. "Semana passada estava indo ao mercado com a Milena, minha esposa. Nós dois na rua e uma viatura de policiais parou a gente. Perguntou se estávamos juntos e falou que só pode andar uma pessoa na rua da mesma casa. Então, ele a mandou voltar para casa na hora”, conta Mateus em relação ao isolamento social.


O jornalista que se mudou para a Itália no ano passado, relatou que o motivo foi para reconhecer a cidadania italiana e pelo sonho de estudar cinema na Europa. Ele contou à reportagem sobre sua dificuldade em encontrar um emprego pelo país, ainda mais durante a pandemia. "Impossível alguém querer te contratar agora e te chamar para uma entrevista de emprego”, pontua Mateus.

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Arquivo pessoal
Arquivo pessoal


Outra estudante de Londrina, que também está sofrendo as consequências do coronavírus pela Europa, é a intercambista Evelyn Padovani (20). Morando pouco mais de um mês em Porto, cidade localizada no noroeste de Portugal, a jovem é estudante de jornalismo na UEL (Universidade Estadual de Londrina) e está fazendo intercâmbio no curso de Ciências da Comunicação na Universidade do Porto.


De acordo com a Direção Geral da Saúde de Portugal, o país atualmente está com 2.060 casos confirmados e, infelizmente, a região que Evelyn se encontra é a que mais está sofrendo com o vírus. Como medida de prevenção, ela não está tendo mais aulas presenciais desde 12 de março, passando a adotar o ensino on-line. "A gente estava com um projeto do jornal da universidade. Tínhamos que nos reunir e fazer as pautas. Isso está sendo um pouco difícil agora”, explica a jovem.

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Ao todo são seis meses de intercâmbio e Evelyn já tinha viagens marcadas para conhecer outros países da região. A estudante de jornalismo desabafa que se sente prejudicada com as consequências que o coronavírus trouxe e alega que atrapalha quase que integralmente o propósito do intercâmbio. "Tem muita gente que já voltou ao Brasil e desistiram do intercâmbio e outros que compraram as passagens de volta. Mas por toda essa situação estão sendo canceladas e não estão conseguindo voltar para o Brasil”, diz a estudante que não pretende sair do país por enquanto, pois não acha seguro retornar para solo brasileiro.


Enquanto isso no Brasil...

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O doutorando em ciência da computação Victor Turrisi (24) pensou ao contrário de Evelyn. "Quando anunciaram o fechamento eu falei: ‘tá, fecharam tudo. Então isso aqui vai ficar um caos e, eventualmente, vou ter que ficar aqui’. Comprei as passagens dois dias depois”. Victor estava em Trento, província do extremo-norte da Itália, desde o final do ano passado. Ele tomou a decisão de retornar para o Brasil após a suspensão de suas aulas do doutorado na Universidade de Trento.


Turrisi conta que quando chegou no Brasil não sentiu que havia muita preocupação da Covid-19 em relação aos estrangeiros. Segundo ele, apenas o perguntaram se estava sentindo algum sintoma. Há cerca de duas semanas de quarentena em Londrina, Victor explica que não apresentou nenhum sinal do vírus em seu corpo e que o seu plano é permanecer na cidade até que a situação melhore.

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Conforme as secretarias estaduais de Saúde, até o momento no Brasil mais de 1.650 casos foram confirmados e 25 mortes pela doença. Em Londrina, são três casos confirmados e 171 investigações, segundo o boletim divulgado pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) nesta segunda. No entanto, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informa que a previsão é de que a pandemia cresça em abril e o sistema de saúde entre em colapso. Em comparação com a Itália, Victor fala que "a tendência é só explodir o número de casos no Brasil e o SUS não vai aguentar”.


Mesmo ainda não tendo saído do Brasil, Gabriel Jonas (23) está enfrentando as consequências do novo coronavírus. Jonas é mestre em ciência da computação pela UEL e vai estudar seu doutorado na Virginia Commonwealth University, localizada no estado de Virgínia dos Estados Unidos, e tem receio de como essa situação vai se proceder.


Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, os americanos estão enfrentando 41.708 de casos confirmados da Covid-19 e a proliferação do vírus fez com que a futura universidade de Gabriel enfrentasse dificuldade no calendário. Não sendo esse o único problema, ele também não consegue resolver a situação de seu visto por causa do consulado americano ter suspendido as emissões. "Eles não estão atendendo ninguém. Só tem data a partir do dia 18 de junho e eu ia dia 28 de julho. Os vistos demoraram cerca de 2 meses para ficarem prontos”, comenta. Gabriel relata que, por enquanto, não vai tomar nenhuma decisão e prefere aguardar até metade de abril as próximas informações.

(*Sob supervisão de Fernanda Circhia)


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