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Formação complementar

Parceria entre UEL e PM viabiliza curso para policiais do 30º Batalhão

Agência UEL
22 abr 2023 às 19:11

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A UEL e o 30º Batalhão da Polícia Militar do Paraná uniram forças para oferecer aos policiais militares um curso de formação complementar voltado ao aprimoramento da relação entre a instituição de segurança e a sociedade. As aulas estão sendo ministradas por docentes da UEL e contam com o apoio de setores da universidade, como a Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Sociedade (Proex), o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) e o Laboratório de Tecnologia Educacional (Labted). 


Conforme a pró-reitora de Extensão, Zilda Andrade, a parceria surgiu a partir da iniciativa do comandante do 30º BPM, tenente-coronel Marcos Tordoro. Inicialmente, explica Zilda, 26 novos praças da PM estão participando do curso de extensão, que tem 75 horas de duração e está sendo ministrado por docentes dos departamentos de Ciências Sociais (CLCH), Psicologia (CCB), Comunicação e Educação (Ceca).

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“Dentro da carga horária total, que era de 100 horas, nós ficamos com 75 horas. Então, foram feitas reuniões entre o comando da Polícia Militar, a Reitoria e a Proex e, em seguida, essa articulação com os professores para contemplar os módulos que o 30º Batalhão gostaria que fossem abordados”, lembrou a pró-reitora. 

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Desta maneira, a ementa do curso de formação complementar foi formada pelas seguintes disciplinas: Relação entre a Polícia Militar e a Sociedade; Comunicação e Gestão de Conflitos; Estudos das Relações Étnico-raciais no Brasil; Questões de Identidade de Gênero e Saúde Mental e Qualidade de Vida. 

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“Quebrar paradigmas não é fácil em nenhum segmento e aqui é mais um exemplo de paradigma que está sendo quebrado, uma aproximação entre as duas instituições. Essa cooperação já está se demonstrando muito exitosa, tanto para nós policiais quanto para os professores e pesquisadores”, avaliou o comandante do 30º Batalhão da Polícia Militar, o Tenente Coronel Marcos Tordoro, por meio da assessoria de comunicação do 30º BPM.


Criado há um ano pelo Governo do Paraná, o 30º Batalhão da Polícia Militar é responsável pelo policiamento na Região Norte de Londrina e em outros seis municípios da Região Metropolitana de Londrina (RML): Ibiporã, Jataizinho, Alvorada do Sul, Primeiro de Maio, Sertanópolis e Bela Vista do Paraíso. Dentre as estratégias de aproximação com a sociedade implementadas pelo Batalhão está a comunicação com lideranças comunitárias e moradores via Whatsapp.

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Política e sociedade


Na tarde desta quarta-feira (19), os 26 novos praças compareceram à aula do professor Cleber da Silva Lopes, do Departamento de Ciências Sociais, que é responsável por abordar a relação entre a Polícia Militar e a sociedade. 

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De acordo com ele, o objetivo da disciplina é abordar as questões relacionadas à legitimidade da instituição na sociedade e jogar luz sobre a Teoria da Justiça Procedimental, que tem sido incorporada ao universo das polícias e inspirado a formação de programas de treinamento que visam a produzir um tipo de policiamento norteado “mais pelo consentimento do que na ameaça e na força física”, destaca o professor. 


A Teoria da Justiça Procedimental, acrescenta Lopes, vem ganhando destaque, principalmente, a partir de 2015, com o aprofundamento das tensões entre a polícia e a sociedade. No centro  desta discussão em todo o mundo estão os acontecimentos recentes registrados nos Estados Unidos e que inspiraram o surgimento do movimento chamado “Black Lives Matter”, ou “Vidas Negras Importam”. Atualmente, forças policiais de países como Inglaterra e Austrália também oferecem este tipo de formação aos seus agentes de segurança. 


“A teoria tem esse nome porque a sua principal descoberta é que o que produz a legitimidade policial é, principalmente, a maneira com que a polícia trata o cidadão. Isso importa muito mais do que os resultados do uso desta autoridade. Ela investe nisso, no que as polícias precisam fazer nesta relação com a sociedade para que as pessoas percebam que existe um tratamento justo e respeitoso. Quando há essa percepção da sociedade, o policiamento pode ser feito muito mais baseado em consentimento do que na ameaça ou uso de força física”, conclui o professor.

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