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'Não autorizo'

Autor de 'Milla' quer R$ 200 mil por uso de música em ato pró-Bolsonaro

Karina Matias - Folhapress
04 mai 2021 às 19:22
- Reprodução/Instagram
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O músico Manno Góes, compositor de "Milla" (1996), vai entrar com uma ação judicial contra a deputada federal Carla Zambelli (PSL) para que ela retire do seu canal no YouTube vídeo em que o cantor Netinho, 54, aparece cantando a música na manifestação pró-Bolsonaro, que aconteceu na avenida Paulista, em São Paulo, no sábado (1º).


O advogado Rodrigo Moraes, que representa Góes, afirmou que a parlamentar será processada também por dano moral, com um pedido de indenização de, no mínimo, R$ 200 mil. Segundo ele, mesmo que o vídeo seja retirado do ar, a ofensa à reputação do músico como autor já foi concretizada. A petição inicial deve ser ajuizada até sexta (7), segundo informou.

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"Isso gera um dano, as pessoas podem pensar que Manno esteja ganhando indiretamente", diz Moraes, que é professor de direito autoral. O advogado afirmou que no domingo (2) notificou, por e-mail e de forma extrajudicial, Zambelli e o partido PSL para a retirada das imagens no YouTube.

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"No vídeo aparece o refrão da música com aquela multidão bolsonarista cantando, quando o autor é veementemente contrário a ideologia de Bolsonaro. É fato público e notório que ele tem completa rejeição a Bolsonaro", diz.

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Góes já tinha criticado a execução da música no ato, no domingo (2). "Netinho ontem [dia 1º] cantou 'Milla' no ato em que pessoas brancas, na Paulista, gritavam 'eu autorizo', para Bolsonaro. Autorizam o quê? Golpe militar?", indagou o cantor em seu Twitter. "Portanto, eu não autorizo esse débil mental de cantar minha música", completou.


Posteriormente, o músico pediu desculpas pelo uso da expressão débil mental. "Agradeço a todos que me chamaram atenção, mesmo apoiando meu desabafo. Estamos aqui para aprender e melhorarmos como pessoa. É o que quero para mim: aprender, evoluir, consertar", escreveu ele no Twitter.

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Segundo o advogado, a ação não pode ser "confundida com censura". "Manno não impede que Netinho exerça a sua profissão de artista executando essa música, até porque ele vai ser beneficiado com a arrecadação de direitos autorais nos shows. Agora, a partir do momento, que você grava uma obra e coloca no YouTube é completamente diferente de uma execução pública em show ao vivo. Neste caso, há necessidade, sim, de autorização do autor", defende Moraes.


Ele complementa que Góes não compôs a música com a finalidade de apoio político, "sobretudo um político que ele tem rejeição". "O direito moral do autor não pode ser confundido com censura", acrescentou.

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Procurada, a assessoria da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) esclareceu que recebeu apenas um e-mail, sem qualquer procuração, notificação extrajudicial ou outro documento. "A assessoria jurídica até solicitou o envio da procuração, mas o advogado se recusou a enviar", diz.


Em nota, a deputada afirma entender que não houve nenhuma irregularidade e está amparada pelas exceções da Lei de Direitos Autorais. Ela diz que tem interesse em resolver o conflito extrajudicial, mas o compositor não quer.

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"Até possuímos interesse na resolução extrajudicial do conflito, mas se o compositor já deixou bem claro que só pretende resolver a demanda na Justiça, então vamos nos defender judicialmente. Nossa equipe entrou em contato ao longo do dia de hoje e não teve qualquer retorno, e as ligações foram rejeitadas".


Já representantes de Netinho afirmaram que o cantor não vai se pronunciar sobre o assunto.

Manno Góes autorizou a regravação do hit por Daniela Mercury. "Meu amigo querido! Eu entendo a sua agonia! Por isso, vou gravar 'Milla'. Essa música é amor, é liberdade! 'Milla' é nossa", escreveu a cantora em suas redes sociais, dirigindo-se ao compositor.


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