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850 atores encenam a paixão de cristo em Curitiba

Andréa Bordinhão
08 abr 2004 às 12:25

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Começou com 45 atores e hoje possui cerca de 850. Só pelo tamanho do elenco já é possível se ter idéia da produção do maior espetáculo da Semana Santa no País: ''Vida, Paixão, Morte e Ressureição de Jesus Cristo'', de Curitiba.

Encenado na Pedreira Paulo Leminski, cenário perfeito para retratar a vida de Cristo por causa da natureza que mistura belas pedras com muito verde, o espetáculo já acontece há 26 anos na capital, sem interrupção.

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A peça, apresentada pelo grupo Lanteri, começou nas ruas de um bairro em Curitiba, até que a prefeitura da cidade se interessou pelo trabalho e, em 1983, levou a apresentação para o centro e depois, em 1991, para a pedreira.

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''A grande maioria dos participantes é ator amador, já que não é possível viver exclusivamente do grupo. Mas, mesmo assim, todos os anos o número de atores aumenta. Muitos membros do elenco são filhos de atores que começaram no grupo há muitos anos'', conta o diretor de produção, Júlio César Miranda do Rosário.

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De 2003 para 2004, a peça ganhou 300 novos integrantes. E a produção é caprichada. Cinco equipes diferentes cuidam dos cenários, dos figurinos, dos adereços, da maquilagem e uma só cuida das roupas dos soldados, que são cheias de detalhes e especificidades. ''Apesar de todo esse trabalho, temos a sorte do cenário que a pedreira proporciona, pois deixa os palcos soltos. Podemos usar o que quisermos'', diz Júlio do Rosário.


Uma das novidades da peça este ano são os dois Cristos, encenados por dois atores antigos do Lanteri. Como a pedreira é bastante grande, o grupo já usava dois atores para o papel por causa da dificudade de locomoção. Mas esse é o primeiro ano que o segundo ator fará cenas principais, com a crucificação.

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''Não queremos ficar dependente de uma única pessoa'', explica Júlio do Rosário. O Cristo é representado por um dos fundadores do grupo, Aparecido Izabel Massi, há 26 anos. Agora Massi, que também faz a direção da peça, vai dividir cenas importantes do seu personagem com o teólogo e ator César Kusma, que já participa da peça há 15 anos.


Para compor o figurino de tanta gente, a figurinista Janete Tomasi diz que busca na literatura a inspiração. Contudo, ela conta que agora está aparecendo mais fotos e textos sobre o assunto no Brasil, porém há alguns anos era bastante difícil reproduzir as roupas da época. ''As Bíblias antigas eram minhas principais fontes. Mas agora está começando a aparecer fotos novas na internet'', diz.


Já o cenário é divido em oito locais diferentes, usando até o topo de uma enorme pedra, onde Cristo faz um discurso. Por causa do tamanho da pedreira, há alguns anos o grupo usa todas as falas pré-gravadas. ''Com a encenação nem parece que é playback'', garante Rosário.

O espetáculo é sempre encenado na noite da Sexta-Feira Santa, que este ano será no próximo dia 9, dura cerca de duas horas e a entrada é franca. No ano passado, a montagem reuniu um público de 20 mil pessoas. A peça conta apenas com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, que repassa verba para a montagem. Porém, mesmo assim o grupo ainda procura patrocinadores para aumentar ainda mais o número de cenários.


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